Brasil

Bolsonaro nega que interferiu no Coaf e PF para atrapalhar investigações

Filho do presidente, Flávio Bolsonaro era investigado com base em dados do Coaf por movimentações financeiras suspeitas

Bolsonaro: presidente falou sobre intervenções em órgãos públicos (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: presidente falou sobre intervenções em órgãos públicos (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 21h37.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a negar nesta quinta-feira, 22, que interferiu no Coaf, Receita e Polícia Federal para atrapalhar investigações ou proteger a própria família.

"Tudo o que podiam fazer com a minha família já fizeram", disse. Segundo o presidente, foram quebrados sigilos da família e as informações chegaram à imprensa. "Causaram transtorno enorme para família. Vocês sabem como alguns setores do Ministério Público trabalham no Brasil: querem te atingir de uma forma ou de outra. Eu não agrado a essa minoria", declarou.

Sobre a mudança do Coaf ao Banco Central, Bolsonaro disse que o órgão deve estar trabalhando "em poucas semanas" para atender a sociedade. Segundo Bolsonaro, "grande parte das pessoas foi mantida" mesmo com a troca. Ele disse ainda que "ali é lugar de funcionários concursados", apesar de brecha na medida provisória para que o presidente do banco indique pessoas de fora do serviço público.

O presidente reforçou que tem poderes legais para trocar o comando da PF. "Toda vez que troca o governo, se troca o comando da polícia. Isso é natural", disse. "O diretor-geral da PF, conforme definido em lei, quem nomeia sou eu. Se tiver de mudar a gente muda e ponto final. A Receita Federal é a mesma coisa", declarou.

Investigações

O filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro, é alvo de investigações em ao menos três órgãos. Na principal delas, o Ministério Público do Rio apura se havia um esquema de repasse de parte do salário de funcionários do gabinete de Flávio, prática conhecida como “rachadinha” .

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro, relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrou que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Relatório do Coaf também mostrou que Flávio recebeu em sua conta 48 depósitos, num intervalo de cinco dias, feitas em uma agência dentro da Alerj e no mesmo valor: R$ 2 mil. Mas as investigações foram interrompidas quando o presidente do STF, Dias Toffoli, decidiu que todos os processos baseados em dados do Coaf ou da Receita Federal, conseguidos sem autorização judicial, deveriam ser suspensos.

Privatizações

Bolsonaro disse que foi dado o "primeiro passo" para uma ampla privatização de estatais com o anúncio de 17 empresas que devem ter ativos negociados. O presidente disse que a ideia era colocar mais empresas na lista, o que não foi feito pois "haveria reação". Bolsonaro destacou que os Correios entraram no pacote.

Bolsonaro falou em transmissão semanal que é feita pelo presidente nas redes sociais.

Acompanhe tudo sobre:CoafJair BolsonaroPolícia Federalreceita-federal

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho