Brasil

Bolsonaro não repassará recursos de multas ambientais para ONGs

Presidente disse que futuro ministro do Meio Ambiente terá de ser afinado com o Ministério da Agricultura e estar disposto a enfrentar "indústria da multa"

Jair Bolsonaro: "Quero preservar, mas não dessa forma que vêm fazendo nos últimos anos" (Andre Coelho/Bloomberg)

Jair Bolsonaro: "Quero preservar, mas não dessa forma que vêm fazendo nos últimos anos" (Andre Coelho/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 1 de dezembro de 2018 às 10h03.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), criticou hoje (30) parte da comunidade de ambientalistas, acusando-a de achar que é dona do meio ambiente. Ele também afirmou que a decisão sobre quem será o futuro ministro do Meio Ambiente ainda não foi tomada e há "meia dúzia" de nomes sendo avaliados.

O presidente eleito disse que o futuro ministro terá de ser afinado com o Ministério da Agricultura e estar disposto a enfrentar o que voltou a chamar de "indústria da multa". "Quero preservar, mas não dessa forma que vêm fazendo nos últimos anos. Dessas multas no campo, 40% vai para ONG. Isso vai deixar de existir".

As declarações foram concedidas em Resende (RJ) em um food truck de cachorro quente que Bolsonaro costuma visitar sempre que está na cidade.

Ele viajou ao município fluminense para acompanhar a formatura de aspirantes a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), cerimônia que acontece amanhã (1º). Bolsonaro se formou nesta instituição em 1977, há 41 anos.

"Lanche do Presidente"

Bolsonaro disse que nos últimos 25 anos esteve em Resende cerca de três vezes por ano. Segundo ele, é uma oportunidade não apenas para rever amigos e relembrar os tempos em que passou na Aman, mas também para comer um dos seus lanches prediletos. "É o melhor da região", diz ele se referindo ao food truck Hot Dog do Senhor.

O dono é Giordani Costa Cardoso, 50 anos. Natural de São Paulo, ele chegou à Resende depois de viver em Queimados, município da Baixada Fluminense. "Cheguei aqui em 1994. Dormi no banco da praça. E instalei minha barraquinha", lembra.

O food truck amarelo que chama a atenção existe há apenas um ano. Antes, ele trabalhava com uma barraquinha de cachorro quente. O trabalho é feito em parceria com a esposa, Valquíria de Fátima Rodrigues, de 47 anos. Com formação em culinária no Senac, ela incrementou o sanduíche.

"Já tenho três vídeos com Bolsonaro e algumas fotos. Mas essa visita agora foi diferente. Estou trêmula até agora. Fiz o lanche para o presidente", contou Valquíria.

Giordani conta que Bolsonaro o visita há cerca de 10 anos. "Ele chega de repente. Senta no banquinho, pede o pão com linguiça."

Dessa vez, ele não queria cobrar, mas relata que Bolsonaro insistiu e pagou R$ 100 pela iguaria. "Eu soube em cima da hora. Quando foi 5 horas da tarde começou coronel, tenente, major e almirante me ligando. Quando eu cheguei aqui para abrir o food truck já tinha segurança", diz Giordani.

O dono do Hot Dog do Senhor afirma que fará mudanças no negócio. A começar pelo nome do Big Dogão, o lanche predileto de Bolsonaro. "O dele é o top de linha. É de 30 centímetros com linguiça pura de porco, queijo cheddar e catupiry da Polenguinho. Eu vou mudar de nome. Vai se chamar Lanche do Presidente."

O visual do caminhão também deve ser remodelado. "Agora vou subir junto com ele. Tomara".

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroMeio ambienteONGs

Mais de Brasil

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos