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Após desencontros, Bolsonaro chama Guedes de amigo e agradece confiança

"Conheço um pouco mais de política do que Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu", disse o presidente

Bolsonaro: presidente da República voltou a destacar nesta segunda-feira, 7, a importância da área econômica em sua gestão (Dario Oliveira/Getty Images)

Bolsonaro: presidente da República voltou a destacar nesta segunda-feira, 7, a importância da área econômica em sua gestão (Dario Oliveira/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 13h49.

Última atualização em 7 de janeiro de 2019 às 14h18.

Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a destacar nesta segunda-feira, 7, a importância da área econômica em sua gestão, além de elogiar o ministro da Economia, Paulo Guedes, diversas vezes no discurso que fez na posse de presidentes de bancos públicos e atacar veladamente a oposição.

Em sua fala, o presidente reafirmou que o sucesso da economia terá reflexos em outras áreas, como geração de empregos e segurança pública, o que levará o Brasil a viver "dias melhores".

"Nós não podemos errar. Se errarmos, os senhores bem sabem quem poderá voltar. E as pessoas de bem, que foram maioria, não poderão se decepcionar conosco. Tenho certeza que com essa equipe econômica, com ministros, com militares das Forças Armadas, que passam a ter seu valor reconhecido, com essa grande equipe poderemos colocar o Brasil em destaque", declarou o presidente.

Bolsonaro agradeceu Guedes, a quem se referiu pelo duas vezes como amigo, por ter aceitado o convite para "buscar uma saída para a crise econômica que nós temos" e para fazer com que a população acredite no trabalho da nova gestão.

"Eu acredito nessa equipe composta por Guedes para conduzir não só o destino econômico, mas do Brasil", disse o presidente na cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

Assumiram nesta segunda-feira os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, e da Caixa, Pedro Guimarães.

Afagos

Os elogios de Bolsonaro ocorrem após desencontros sobre as principais medidas econômicas dentro do governo. Nesta segunda, ele também disse que assumir o desconhecimento em muitas áreas "é sinal de humildade".

"O desconhecimento meu e dos senhores em muitas áreas e a aceitação disso é sinal de humildade. Tenho certeza, sem qualquer demérito, que conheço um pouco mais de política do que Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu", disse o presidente.

Na semana passada, Bolsonaro deu informações que acabaram desmentidas pela equipe econômica sobre a mudança na tabela do Imposto de Renda e o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Também houve ruído sobre a proposta da Reforma da Previdência. Diante do imbróglio causado pelas falas de Bolsonaro, Guedes evitou falar com a imprensa na semana passada e chegou a desmarcar um compromisso público.

Nesta segunda, Bolsonaro também relembrou como conheceu Guedes, há cerca de dois anos, e disse que os dois construíram uma relação de amizade. "Quero agradecer ao ministro Guedes que acreditou em mim. Ele passou a me conhecer a partir daquele momento, há uns dois anos, e eu disse 'eu acredito no senhor'. Ele me falou que eu poderia chamar de você, mas nossa formação não permite isso. Nasceu ali uma amizade", discursou Bolsonaro.

Guedes, por sua vez, disse que os novos presidentes de bancos são alinhados ao pensamento de Bolsonaro e que todos seguem as orientações definidas pelo presidente.

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