Brasil

Bolsonaro na ONU: natureza preservada e contra passaporte da vacina

Em seu terceiro pronunciamento na ONU, ele apresentou um balanço econômico brasileiro durante o último ano e falou que o país respeita as leis ambientais

Jair Bolsonaro abre os discursos na Assembleia Geral da ONU de 2021. (Eduardo Munoz/Getty Images)

Jair Bolsonaro abre os discursos na Assembleia Geral da ONU de 2021. (Eduardo Munoz/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 11h17.

Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 17h49.

O presidente Jair Bolsonaro abriu os discursos da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), realizada na manhã desta terça-feira, 21, em Nova York, nos Estados Unidos. Em seu terceiro pronunciamento na ONU, ele apresentou um balanço econômico brasileiro durante o último ano, falou que o país respeita as leis ambientais e defendeu ser contrário ao passaporte da vacina. 

  • Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos. Assine a EXAME.

“Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina. Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label. Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra”, disse. 

Antes mesmo de desembarcar para Nova York, o presidente brasileiro passou por uma saia justa ao quase ser barrado de entrar no prédio da ONU. Isso porque a organização debateu a exigência de vacinação para estar na reunião dos líderes mundiais, mas decidiu liberar a obrigatoriedade. Bolsonaro já declarou que não se vacinou.

No discurso, o presidente enalteceu o tamanho da população vacinada contra a covid-19 no Brasil. Havia uma expectativa de que ele anunciasse doação de doses a países da América Latina em dificuldade, o que não ocorreu. 

O Brasil já vacinou, com pelo menos a primeira dose, mais de 141 milhões de pessoas, o que corresponde a 66% da população, ultrapassando os Estados Unidos (com 63%). Olhando para as pessoas totalmente imunizadas, o Brasil está bem atrás (35% contra 54%).

Bolsonaro disse que o Brasil tem uma das maiores florestas preservadas do mundo, e convidou os líderes mundiais a conhecerem a Amazônia. “São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500”, afirmou.

Citou ainda que 83% da geração de energia do país é oriunda de fontes renováveis. "Por ocasião da COP-26, buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes", disse.

Economia

O presidente Bolsonaro fez um retrato de como está a economia brasileira, e tentou estimular os investidores a olhar para o país. Disse que desde que assumiu, há dois anos e oito meses, o país tem o "maior programa de parceria de investimentos com a inciativa provada de sua história".

"Até aqui, foram contratados 100 bilhões de dólares de novos investimentos e arrecadados 23 bilhões de dólares em outorgas. Na área de infraestrutura, leiloamos, para a iniciativa privada, 34 aeroportos e 29 terminais portuários. Já são mais de US$ 6 bilhões em contratos privados para novas ferrovias. Introduzimos o sistema de autorizações ferroviárias, o que aproxima nosso modelo ao americano", afirmou.

Assembleia semipresencial

A Assembleia Geral das Nações Unidas foi realizada de forma semipresencial, com discursos na sede da ONU, como o do presidente brasileiro, e outros gravados. Como é tradição desde 1947, o Brasil abriu os pronunciamentos. A fala sempre dá o tom da diplomacia do país, e respostas às pressões internacionais sobre questões locais.

Na abertura, o secretário-geral,  António Guterres, alertou o mundo para “acordar” e fazer frente a uma das maiores crises da história da humanidade. “Os problemas que nós criamos, somos capazes de resolver”, disse. O português pediu um plano de vacinação global, em um mundo onde 90% das pessoas dos países mais pobres ainda esperam a primeira dose.

Tenha acesso ilimitado às principais análises sobre o Brasil e o mundo. Assine a EXAME

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroONUvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”