Brasil

Bolsonaro, Mourão e o Senado: dia de afinar a Previdência

Proposta vazada ontem prevê 65 anos para homens e mulheres e 40 anos e contribuição

MOURÃO: vice diz que ele e o presidente são contra os 65 anos para homens e mulheres  / REUTERS/Adriano Machado

MOURÃO: vice diz que ele e o presidente são contra os 65 anos para homens e mulheres / REUTERS/Adriano Machado

DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 06h36.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2019 às 07h05.

A proposta de reforma da Previdência a ser apresentada ao Congresso começa, enfim, a vir à tona. Nesta terça-feira, os líderes dos partidos no Senado devem se reunir para definir as prioridades da Casa para o ano legislativo. Com o governista Davi Alcolumbre (DEM-AP) na presidência da Casa, não há dúvidas de que a Previdência deve ser a bala de prata dos senadores, assim como do governo. Os líderes da Câmara se reúnem amanhã.

Também nesta terça-feira estava prevista uma visita do vice-presidente Hamilton Mourão a Jair Bolsonaro no hospital onde o presidente se recupera de cirurgia. Mas, ontem, o vice afirmou que cancelou a visita a pedido da família e por orientação médica. Mourão deve, embora não confirme, encontrar ministros do governo para coordenar os detalhes finais do texto da Previdência.

A grande dúvida na mesa é se o governo levará adiante uma proposta que vazou ontem para a imprensa. Um texto preliminar da reforma prevê equiparação da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres. Procurado, Mourão afirmou que esta é uma das ideias em estudo, e que todas elas ainda passarão pelo aval de Bolsonaro. “O presidente não é favorável a igualar homem e mulher. Eu concordo com ele”, disse o vice à Veja.

Rogério Marinho, secretário especial da Previdência e Trabalho no Ministério da Economia, afirmou que o texto vazado é uma das propostas em análise. O texto da reforma de Michel Temer, aprovado em comissão especial na Câmara, previa idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres. Bolsonaro trabalhava com a proposta inicial de 62 anos para homens e de 57 para mulheres, o que, segundo especialista, precisaria de implementação imediata, sem período de transição, para gerar algum efeito nas contas públicas.

Pela proposta divulgada nesta segunda-feira, seriam necessários 40 anos de contribuição para que o aposentado recebe o valor integral do benefício junto ao INSS. A partir de 20 anos de contribuição na iniciativa privada, e de 25 anos no serviço público, já seria possível receber aposentadorias parciais.

Se mantido o plano de exigir 65 anos para aposentadoria integral de homens e mulheres, a economia em dez anos chegaria a 1,3 trilhão de reais. Fora das planilhas da equipe econômica, a proposta a ir em frente deve ser algum percentual deste valor.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeGoverno BolsonaroHamilton MourãoINSSJair BolsonaroReforma da Previdência

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP