Brasil

Bolsonaro mira reduto de Alckmin e acentua disputa “azul”

Se essa lógica se mantiver em 2018, Alckmin está em apuros. Bolsonaro tem mais de 20% das intenções de voto ante cerca de 5% do tucano

Bolsonaro: Segundo o Datafolha, o candidato tem 27% das intenções de voto entre os homens, e apenas 13% entre as mulheres.

Bolsonaro: Segundo o Datafolha, o candidato tem 27% das intenções de voto entre os homens, e apenas 13% entre as mulheres.

EH

EXAME Hoje

Publicado em 23 de agosto de 2018 às 06h37.

Última atualização em 23 de agosto de 2018 às 06h50.

O deputado Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto que excluem o ex-presidente Lula (PT), visita nesta quinta-feira sua cidade natal, Glicério, seguindo seu roteiro pelo interior de São Paulo. A estratégia de começar a campanha presidencial no reduto eleitoral do tucano Geraldo Alckmin acentua a disputa entre os dois candidatos pelos votos do chamado campo azul, formado por eleitores mais identificados com a direita. Segundo cientistas políticos, tradicionalmente chegam ao segundo turno de eleições majoritárias um candidato azul e outro vermelho, o campo alinhado à esquerda.

Se essa lógica se mantiver em 2018, Alckmin está em apuros. Bolsonaro tem mais de 20% das intenções de voto, segundo as pesquisas divulgadas esta semana, ante cerca de 5% do ex-governador de São Paulo. O discurso do deputado federal no início de seu roteiro pelo estado mais rico do país mostra que ele não está disposto a deixar que a distância encurte. Nesta quarta-feira, em Presidente Prudente, afirmou que Alckmin “se juntou ao que tem de pior na política brasileira” e que “é por isso que os eleitores dele agora estão me apoiando”. “Estou no sétimo mandato de deputado federal e não tenho nenhuma mancha; já ele está na mira da Lava-Jato”, afirmou, segundo o Estado de S. Paulo.

O deputado atraiu um grande contingente de eleitores em Presidente Prudente, em imagens devem ser usadas nos poucos segundos que ele tem de propaganda eleitoral. Mas seu maior desafio, daqui para a frente, não é falar com os convertidos, e sim conquistar novos votos — seja no curto prazo, para se garantir no segundo turno, seja no longo prazo, para ganhar as eleições. Para isso, Bolsonaro terá o desafio de se mostrar como o deputado “sem nenhuma mancha”.

Ontem, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que está em aberto a possibilidade de réus em ação penal serem eleitos para a Presidência e assumirem o cargo. Segundo ele, a dúvida gera insegurança para a candidatura de Bolsonaro, réu no Supremo em duas ações penais, por injúria e incitação ao estupro. Outra denúncia, por racismo, pode ser aceita pela corte no dia 4 de setembro.

Bolsonaro ainda tem o desafio de arrebanhar votos fora das regiões Sul e Sudeste, e entre as mulheres. Segundo o Datafolha, Bolsonaro tem 27% das intenções de voto entre os homens, e apenas 13% entre as mulheres.

O candidato também carece de maior apoio em quem ganha até 2 salários mínimos (tem 11% de apoio) e no Nordeste (onde também tem 11%). A boa notícia, para o deputado, é que Alckmin também tem dificuldade no Nordeste (3% de intenções de voto) e com quem ganha até dois salários (6%). Alckmin aposta na televisão para virar o jogo e embolar o campo azul. Faltam 45 dias para as eleições.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2018Exame HojeGeraldo AlckminJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas