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Bolsonaro: Ministério do Meio Ambiente não atrapalha a vida do agronegócio

A declaração de Bolsonaro vem em meio a críticas de cientistas e da comunidade internacional em relação a política ambiental do governo

Bolsonaro e Salles: presidente afirmou que ministério ajuda a vida do agronegócio (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro e Salles: presidente afirmou que ministério ajuda a vida do agronegócio (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 13h56.

Última atualização em 16 de outubro de 2020 às 14h13.

Durante inauguração de uma usina de biogás em Guariba, interior de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Ministério do Meio Ambiente não "atrapalha" mais a vida do agronegócio.

Acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente visitou uma nova usina da Raízen na manhã desta sexta-feira. Ele disse ser "bem quisto pelo pessoal do campo" e comparou a fiscalização ambiental de seu governo com gestões passadas.

"O nosso Ministério do Meio Ambiente realmente não atrapalha a vida de vocês. Muito pelo contrário, ajuda-os e muito. Relembrem há algum tempo como o Ibama e o ICMBio tratavam vocês e como esse tratamento hoje em dia é dispensado", disse Bolsonaro.

A declaração vem em meio a críticas severas de organizações ambientais, de cientistas e da comunidade internacional em relação ao modo com que o governo federal vem lidando com o meio ambiente.

O ano de 2020 foi o período com maior registro de queimadas da última década da Amazônia e da história do Panatanal. E mesmo assim os brigadistas do Ibama responsáveis por conter o fogo chegaram com quatro meses de atraso. O GLOBO teve acesso a uma série de relatórios internos do Ministério do Meio Ambiente mostrando que mudanças na lei e burocracias contribuíram para o atraso dos brigadistas.

Não faltaram avisos, dentro dos órgãos ambientais do governo federal, de que as condições climáticas de 2020 seriam particularmente severas.

O descaso no enfrentamento ao desmatamento das florestas tem levado a uma pressão da comunidade internacional sobre o Brasil. O Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir o afastamento de Salles do ministério. Segundo os procuradores, o ministro promove um "desmonte" das estruturas de fiscalização e proteção ambiental. A justiça negou o pedido na última quarta-feira.

Em seu discurso em Guariba, Jair Bolsonaro também elogiou a relação entre seu governo e o Congresso Nacional. Dois dias atrás, o então vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues, foi alvo de uma operação da Polícia Federal para investigar desvio de recursos públicos.

Na ocasião, Rodrigues tentou esconder dinheiro na cueca, mas o volume em sua calça chamou atenção da polícia.

– O Brasil vem mudando. Graças a Deus eu tive a oportunidade de ter a liberdade de escolher pessoas técnicas no meu ministério. E com a passagem do tempo, cada vez mais, o Poder Executivo interage com o Poder Legislativo, onde temos vários integrantes do mesmo aqui nos acompanhando. Com muito orgulho, eu cito o Baleia Rossi – declarou Bolsonaro, que estava vestido com uma camisa do XV de Piracicaba, time de futebol do interior paulista.

Além de Ricardo Salles e Baleia Rossi, acompanharam o presidente na visita os ministros Braga Neto (Casa Civil) e Bento Albuquerque (Minas e Energia), os deputados federais Coronel Tadeu, Guiga Peixoto, Hélio Lopes e Vitor Hugo, e o deputado estadual Gil Diniz.

 

 

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