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Bolsonaro lista José Dirceu em sua defesa na Câmara

Bolsonaro disse que escolheu Dirceu porque, em 1993, o ex-deputado assinou uma proposta de emenda constitucional que restabelecia o trabalho escravo no Brasil

O próprio Bolsonaro preparou a defesa junto à Corregedoria da Câmara; nela, ele afirma que não é racista (Agencia Brasil)

O próprio Bolsonaro preparou a defesa junto à Corregedoria da Câmara; nela, ele afirma que não é racista (Agencia Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 18h47.

Brasília - O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) decidiu arrolar o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu como sua testemunha de defesa no processo em que é investigado por racismo e homofobia se o caso for enviado ao Conselho de Ética da Câmara. Bolsonaro adiantou que, se for preciso, recorrerá também ao ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Bolsonaro disse que escolheu Dirceu para sua defesa no caso de racismo porque, em 1993, o ex-deputado assinou uma proposta de emenda constitucional que restabelecia o trabalho escravo no Brasil. E pôs Rebelo na reserva pelo mesmo motivo. Há 17 anos, segundo Bolsonaro, a "Folha de S. Paulo" levou ao Congresso um "projeto de emenda constitucional" que propunha a volta da escravidão. O jornal fez isso para provar que os parlamentares assinavam projetos sem os ler. Outros que assinaram o projeto foram Geraldo Alckmin (PSDB), hoje governador de São Paulo, e o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE).

O próprio Bolsonaro preparou a defesa junto à Corregedoria da Câmara. Nela, ele afirma que não é racista. E que a polêmica surgida depois da exibição do programa CQC, da TV Bandeirantes, que levanta a suspeita de racismo, ocorreu porque confundiu com homossexualismo uma pergunta da cantora Preta Gil sobre a possibilidade de seu filho relacionar-se com uma mulher negra.

Depois da polêmica, o próprio programa CQC mostrou que Bolsonaro é casado com uma mulata e tem um cunhado negro. "Foi o programa que tratou meu cunhado como negro", disse Bolsonaro. "Eu não tenho orgulho nem vergonha de meu cunhado ser negro. Acho que isso é normal", afirmou o deputado.

Ele afirmou que sua entrevista ao CQC só foi levada ao ar 45 dias depois de gravada. "Eles poderiam ter notado o equívoco, mas não o fizeram", disse Bolsonaro. Por isso, ele afirmou que vai desafiar para um debate o jornalista Marcelo Tas, apresentador do programa. "Quero que seja ao vivo e que ele (Tas) não use o ponto (aparelho que os apresentadores colocam atrás da orelha para receber orientação dos produtores). Porque sem o ponto quero ver o que será dele, pois é burro", provocou o deputado.

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