Jair Bolsonaro: governo federal manda a Força Nacional para atender à crise de segurança do Ceará (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 13h50.
Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira que as primeiras equipes da Força Nacional decolam hoje para Fortaleza, a pedido do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Ele disse que, apesar de o governo local ser de oposição política a ele, não fará oposição ao povo.
Questionado se as Forças Armadas seriam enviadas ao Estado, Bolsonaro disse que a crise na segurança do Estado se agravou e falou apenas em envio de tropas extras de policiais militares, que integram a Força Nacional.
"A Força Nacional já foi contactada, o plano de chamado já foi colocado em vigor e está na iminência de decolar para Fortaleza", disse o presidente, ao participar de evento militar na Base Aérea de Brasília.
A Força Nacional responde ao ministro da Justiça, Sergio Moro. As Forças Armadas, ao Ministério da Defesa, e poderiam ser acionadas apenas em decreto presidencial de Garantia da Lei e da Ordem, ou de intervenção federal no Estado.
"A questão do Ceará, pelo que tudo indica, agravou a situação. Desde ontem à noite, conversando com o ministro Sergio Moro, tratando desse assunto, ele foi muito hábil, rápido e eficaz para atender ao Estado, cujo governador reeleito é uma Oposição radical à nossa. Nós jamais faremos oposição ao povo de qualquer Estado. E o povo do Ceará precisa nesse momento. As medidas já foram tomadas. Faltava por parte do governo do Ceará se enquadrar, e via ofício informar, da real necessidade da presença da força pela sua incapacidade de resolver o problema", disse Bolsonaro.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que há interesse dos Estados Unidos em instalar base militar em outros países da América do Sul, além do Brasil. Ontem, o presidente sinalizou favoravelmente a um acordo para que os americanos instalem uma unidade em solo brasileiro.
"Estamos preocupados com nossa segurança, nossa soberania e eu tenho o povo americano como amigo", disse Bolsonaro após cerimônia de transmissão de cargo do comando da Aeronáutica, na Base Aérea de Brasília.
Ele não esclareceu se já iniciou tratativas concretas com representantes do governo Donald Trump, mas creditou a informação da prospecção por outros países sul-americanos a "conversas internas".