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Bolsonaro: Focar em intriga deixa pessoas menos informadas sobre covid-19

Presidente mudou o tom que adotava nas últimas semanas e fez afagos a governadores em meio à crise do coronavírus

Jair Bolsonaro: "É preciso cuidar da saúde física, mas também emocional dos brasileiros" (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: "É preciso cuidar da saúde física, mas também emocional dos brasileiros" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2020 às 06h49.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 06h49.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 23, que quanto mais jornalistas falarem sobre assuntos de "intriga e poder" entre ele e governadores, menos informada ficará a população sobre o combate ao novo coronavírus "e mais pânico será alimentado".

Em uma sequência de publicações no Twitter, o presidente ressaltou "importantes reuniões" realizadas com governadores estaduais das regiões Norte e Nordeste, depois das quais o governo federal anunciou R$ 88,2 bilhões em medidas de apoio a Estados e municípios na contenção dos impactos socioeconômicos da pandemia da covid-19. "Mas alguns jornalistas insistem em falar de assuntos que alimentam intrigas, fofocas e pânico", emenda.

"É preciso cuidar da saúde física, mas também emocional dos brasileiros. É nosso dever protegê-los com coragem, tranquilidade e sabedoria. Façam isso e terão meu apoio!", escreveu o presidente.

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1242252016468013056

Nas últimas semanas, Bolsonaro vem recebendo críticas de alguns governadores por atitudes como a de, no último dia 15 - já em meio a recomendações do Ministério da Saúde de se evitarem aglomerações -, ir cumprimentar, abraçar e tirar fotos em frente ao Palácio do Planalto com algumas centenas de pessoas que se manifestavam a seu favor e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

No domingo, 22, à noite, em entrevista à Record TV, Bolsonaro se referiu ao que chamou de "parte" dos governadores de "verdadeiros exterminadores de emprego", acrescentando que a crise originada pela paralisação da maior parte da atividade econômica nos Estados é "muito pior do que o próprio coronavírus vem causando no Brasil e pode causar ainda".

Na mesma entrevista, ele alegou que "a grande mídia" e governadores estão "de olho" na sua cadeira e querem tirá-lo do poder "de qualquer maneira". "Se puder antecipar minha saída, eles farão isso daí. Mas da minha parte não terão oportunidade disso." Bolsonaro ainda listou, lendoanotações, eventos que contaram com número grande de presentes a que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), havia comparecido no início do mês.

Na véspera, falando à CNN Brasil, Bolsonaro chamou Doria de "lunático".

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