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Bolsonaro exonera Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF investigado por bloqueios em rodovias

No mês passado, o MPF pediu o afastamento imediato de servidor do cargo, por pedir votos de forma explícita para o presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas do segundo turno

Diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques.Foto: Alan Santos/PR (Alan Santos/PR/Flickr)

Diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques.Foto: Alan Santos/PR (Alan Santos/PR/Flickr)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 20 de dezembro de 2022 às 08h36.

Última atualização em 20 de dezembro de 2022 às 08h41.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi exonerado nesta terça-feira do cargo. A dispensa foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União, e assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Vasques é réu por improbidade administrativa por pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a disputa eleitoral. O agora ex-diretor coordenou a corporação durante os bloqueios ocorridos nas estradas durante o dia 30 de outubro, no segundo turno das eleições.

Em novembro, a Justiça Federal do Rio de Janeiro atendeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réu Vasques. Em decisão do juiz José Arthur Diniz Borges, foi concedido o prazo de 30 dias para que o servidor se manifestasse. De acordo com a denúncia do MPF, a conduta do diretor da PRF contribuiu para “o confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após divulgação do resultado”.

Além da ação de improbidade, Silvinei Vasques é investigado pela Polícia Federal por suspeita de atuar sobre os bloqueios de rodovias ocorridos durante o segundo turno e também após a vitória de Lula, que seguiu por rodovias federais. A corporação apura se há responsabilidade do diretor na realização das blitz e se houve descumprimento da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que havia proibido a realização de operações policiais relacionadas ao transporte de eleitores no dia do pleito. Outro fato investigado é se Vasques praticou omissão nos bloqueios que começaram a ocorrer após o resultado das eleições.

De acordo com o pedido de abertura da investigação feito pelo MPF à época, os fatos poderiam configurar crimes de prevaricação ou participação, por omissão, nos crimes contra o estado democrático.

Quem é Silvinei Vasques

Vasques, que tem 47 anos e é paranaense, faz parte do quadro da PRF desde 1995. Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC), além de ocupar outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina.

Antes de se tornar diretor, seu último posto foi como Superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021. Segundo a sua descrição no site do governo, o diretor é "habilitado para atuar em diversas áreas da segurança, com experiência em grandes operações policiais no Brasil".

Ele ainda faz parte do quadro de instrutores da UNIPRF. Em março deste ano, Vasques foi condecorado com a medalha de Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, evento que contou com a presença do Presidente da República. Segundo o governo, o objetivo da condecoração é agraciar autoridades que prestam notáveis serviços ao Ministério.

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