(Sergio Lima/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de janeiro de 2025 às 13h34.
Última atualização em 18 de janeiro de 2025 às 13h35.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, neste sábado, 18, esperar que Donald Trump possa ajudá-lo a reverter sua inelegibilidade, ao afirmar que o futuro presidente americano não permitirá o "ativismo judicial" para perseguir opositores em outros países.
Bolsonaro disse ter sido convidado para a posse, em 20 de janeiro, de Trump, de quem se diz um admirador, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão de reter seu passaporte, inviabilizando sua viagem para os Estados Unidos, mencionando a "possibilidade de tentativa de evasão" do ex-presidente, investigado por envolvimento em uma suposta trama golpista.
"Já tem influência no mundo todo da presença dele (...) Se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil, afastando inelegibilidades políticas, como (essa que) eu tive", disse a jornalistas.
O ex-presidente, de 69 anos, está impedido de disputar cargos eleitorais até 2030 por ter criticado, sem apresentar provas, as urnas eletrônicas antes das eleições de 2022, que perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Perguntado como Trump poderia influenciar na justiça brasileira, Bolsonaro respondeu: "Só a presença dele (...) só as suas ações".
"Ele não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, é o que chamam de 'lawfare'. É o ativismo judicial que ele sofreu lá", afirmou, em alusão aos vários casos judiciais contra o magnata republicano.
"Não vou dar palpite, nem sugestão. Ele sabe o que está acontecendo", acrescentou.
Dizendo-se "chateado" e "abalado" por ter sido impedido de deixar o país, Bolsonaro falou com a imprensa no aeroporto de Brasília, após se despedir de sua esposa, Michelle, que deve representá-lo na cerimônia de posse de Trump, na segunda-feira, em Washington.
Um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também deve estar presente. Bolsonaro enfrenta várias investigações penais.
Em um dos casos mais graves, a Procuradoria-Geral da República deve decidir em breve se o denuncia pelos crimes de "abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa", depois que a Polícia Federal determinou que ele teve "plena consciência e participação ativa" em um plano frustrado para impedir a posse de Lula.
Por este caso, ele teve seu passaporte confiscado e está proibido de deixar o Brasil desde fevereiro passado.
O ex-capitão do Exército, que se declara inocente, insistiu, neste sábado, que é vítima de uma "enorme perseguição política" para eliminar a direita no Brasil.
"Eu sou preso político, apesar de estar sem tornozeleira eletrônica", afirmou.