Bolsonaro: ex-presidente voltou a desconsiderar as acusações que o tornaram inelegível até 2030 (EVARISTO SA/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 7 de julho de 2024 às 10h20.
Última atualização em 7 de julho de 2024 às 10h22.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi aclamado neste sábado, 6, em uma conferência da extrema direita em Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde o presidente argentino, Javier Milei, também será um dos palestrantes.
Bolsonaro fez o discurso de encerramento no primeiro dia da CPAC Brasil, dois dias após a Polícia Federal indiciá-lo em uma investigação sobre o suposto desvio de jóias valiosas presenteadas pela Arábia Saudita.
Recebido aos gritos de "mito" pelo público, o ex-presidente voltou a desconsiderar as acusações que o tornaram inelegível até 2030 e deu “nota 10” ao governo de seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em "empobrecer a todos e dominá-los".
"Apesar dos problemas (...) hoje eu tenho 300 e poucos processos ainda, vale a pena. A gente não vai recuar", disse Bolsonaro.
“Não tenho ambição pelo poder, eu tenho uma obsessão pelo nosso Brasil”, declarou mais cedo no evento, que termina neste domingo.
Conhecido como o Donald "Trump dos Trópicos" por suas semelhanças com o ex-presidente americano, Bolsonaro disse que "se Deus quiser" Trump retornará à Casa Branca em novembro.
Também destacou os avanços recentes da direita, com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o presidente salvadorenho Nayib Bukele, e a "mudança" no Parlamento Europeu com o avanço da extrema direita nas eleições de junho.
Realizado pela quinta vez no Brasil, o encontro é inspirado na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), lançada há 40 anos nos Estados Unidos e promovida como o "maior e mais influente encontro de conservadores do mundo".
Políticos brasileiros, especialmente do Partido Liberal (PL) de Bolsonaro, dominaram a lista de palestrantes neste sábado, incluindo seu ex-ministro e atual governador de São Paulo, Tarcisio Freitas, possível candidato presidencial em 2026.
Também discursaram figuras conservadoras latino-americanas, como o ultraconservador chileno e ex-candidato presidencial José Antonio Kast.
Mas a atração principal ocorrerá no domingo, com Milei, que desdenhou da cúpula do Mercosul na segunda-feira em Assunção e viajou ao Brasil sem se reunir com Lula, com quem tem trocado farpas.
“O que o Bolsonaro foi para o brasileiro, o Milei está sendo para o argentino”, afirmou Roberto Prudêncio à AFPTV.
Esse advogado de 43 anos disse que o presidente argentino é “um destaque nacional” por visitar Bolsonaro em Santa Catarina e não se encontrar com Lula. “Para nós isso é muito forte, nós sentimos no coração”, acrescentou.