Agência de notícias
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 08h08.
As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos outros sete réus do núcleo crucial da ação penal da trama golpista têm até esta quarta-feira para apresentar suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O documento deve reunir os principais argumentos para rebater as acusações pelas quais eles respondem, representando a última etapa antes do julgamento.
A partir de amanhã, o processo entra na fase final de instrução e poderá ser pautado para julgamento na Primeira Turma, com a expectativa de que o julgamento ocorra em setembro.
Os acusados, incluindo Bolsonaro, enfrentam acusações de tentativa de golpe, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.
As alegações finais representam uma defesa feita antes de o caso ser analisado judicialmente.
Além de Bolsonaro, o grupo denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) inclui os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Cid, por ter assinado um acordo de colaboração premiada, já entregou suas alegações finais, negando qualquer intenção golpista e afirmando que agiu sob ordens, alinhado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes. Sua defesa apresentou diálogos como provas de que ele se posicionava contra a ruptura institucional.
A PGR, por sua vez, concluiu suas manifestações, pedindo a condenação dos oito réus e indicou que Bolsonaro liderou a organização criminosa armada que pretendia dar um golpe de Estado.
A PGR afirmou que "sua liderança sobre o movimento golpista" e o controle exercido sobre os manifestantes demonstram sua responsabilidade penal nos atos de subversão da ordem democrática.
Com as alegações finais dos réus em mãos, o relator, ministro Alexandre de Moraes, poderá elaborar seu voto e liberar o processo para julgamento. A expectativa é que o julgamento ocorra durante o mês de setembro, com a data sendo marcada pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.
Na semana passada, Moraes determinou que Bolsonaro fosse colocado em prisão domiciliar por considerar que o ex-presidente descumpriu diversas medidas cautelares determinadas pela Suprema Corte, como a proibição de uso de redes sociais, ainda que de terceiros.