Brasil

Bolsonaro é alfinetado em desfile de escolas de samba no Rio

Escolas de samba como São Clemente e Mangueira fizeram críticas ao governo do presidente em seus desfiles

Carnaval: ator Marcelo Adnet imita o presidente Jair Bolsonaro em desfile da São Clemente, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

Carnaval: ator Marcelo Adnet imita o presidente Jair Bolsonaro em desfile da São Clemente, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 25 de fevereiro de 2020 às 11h32.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2020 às 11h33.

São Paulo — Escolas de samba do Rio de Janeiro desfilaram na segunda noite de apresentações do Carnaval carioca, na segunda-feira, apimentando a fusão de música, dança e figurinos com cutucadas no presidente Jair Bolsonaro.

As últimas seis das 13 principais escolas de samba da cidade levaram ao Sambódromo muitos passistas e músicos vestidos com trajes coloridos, alguns com pouca roupa, em meio a enormes carros alegóricos elaborados.

Os desfiles de segunda-feira, que ocorreram até a manhã desta terça, abordaram muitos temas, entre eles o presidente Bolsonaro.

O ator e comediante Marcelo Adnet estrelou o desfile da São Clemente. Vestido com terno azul brilhante e gravata verde-amarela, ele zombou de Bolsonaro ao fazer flexões e gestos como se estivesse disparando uma arma imaginária, imitando o presidente.

O carro alegórico da São Clemente também exibia cartazes com as frases "Tá ok", muito usada por Bolsonaro, e "a culpa é do Leonardo DiCaprio", uma referência a Bolsonaro culpando o ator de Hollywood pelos incêndios na Floresta Amazônica no ano passado.

Desde a posse de Bolsonaro em janeiro de 2019, os brasileiros estão fortemente divididos entre os que o apoiam, creditando a ele uma rápida queda na criminalidade e melhora na economia, e os que o criticam, denunciando seu racismo, sexismo e postura em relação ao meio ambiente.

No domingo, a famosa escola de samba Mangueira abordou o fervor religioso de direita e o aumento da violência policial, principalmente no Rio, nos primeiros 14 meses de Bolsonaro no poder.

O samba-enredo da Mangueira incluía trecho que dizia "Não tem futuro sem partilha nem Messias de arma na mão", uma referência a Bolsonaro, cujo nome do meio é 'Messias' e que defende a ampliação da posse de armas.

Os figurinos, carros alegóricos e coreografias das escolas de samba carioca podem mudar, mas são sempre brilhantes e espetaculares, custando milhões de reais a cada ano.

A apuração com as notas dos jurados ocorre na quarta-feira de cinzas.

Acompanhe tudo sobre:CarnavalJair BolsonaroPolíticaRio de Janeiro

Mais de Brasil

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi