Bolsonaro diz que vai zerar tarifa de importação de pneu: caminhoneiros prometem entrar em greve no dia 1º (Alan Santos/PR/Divulgação)
Carla Aranha
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 11h42.
Em uma live transmitida na quinta-feira, dia 14, à noite, o presidente Bolsonaro disse que pretende zerar a tarifa de importação de pneus, hoje de cerca de 16%, em um gesto para agradar os caminhoneiros. A categoria ameaça entrar em greve no próximo dia 1º.
"Na semana que vem, deve estar zerada a tarifa de importação de pneus para os caminhoneiros, que passam dificuldades", afirmou Bolsonaro. A medida deve ser divulgada na próxima semana. Na transmissão ao vivo, Bolsonaro também disse que tem conversado com representantes dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Infraestrutura sobre os preços dos combustíveis e do gás de cozinha.
O preço dos pneus não está entre as reinvidicações dos caminhoneiros. A categoria pede o obedecimento ao preço mínimo do frete, definido após a greve de 2018, que ainda não se tornou uma norma devido a pedidos de recurso enviados por entidades de alguns setores da economia ao Supremo Tribunal Federal (STF) que permanecem em julgamento.
Os caminhoneiros também alegam que o aumento do preço do diesel, que passou por 17 altas em 2020, vêm impactando a margem de lucro, e pedem uma revisão da política nacional do preço de combustíveis.
No Brasil, os preço do combustível é regido pelo PPI (Preço e Paridade de Importação), criado em 2016, em uma composição que leva em conta as cotações internacionais do petróleo, em dólar, e os custos dos importadores. As associações dos caminhoneiros pedem uma mudança nessa política, determinada pela Petrobras, para que o diesel fique mais em conta.
O Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e a Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), que representam mais de 4.000 transportadores autônomos, afirmam que caso essas questões não sejam discutidas com o governo, a categoria vai entrar em greve daqui a duas semanas. “Vamos parar nacionalmente e a paralisação dessa vez vai ser maior do que a de 2018”, diz José Roberto Stringasci, presidente da ANTB.