Brasil

Bolsonaro diz que vai vetar 'extra de R$ 2 bilhões' do fundo eleitoral

Apesar de declaração do presidente, não é possível vetar apenas parte do valor do fundo

Presidente Jair Bolsonaro  diz que fundo eleitoral não será sancionado  (Alan Santos/PR/Flickr)

Presidente Jair Bolsonaro diz que fundo eleitoral não será sancionado (Alan Santos/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 26 de julho de 2021 às 13h29.

Última atualização em 26 de julho de 2021 às 15h26.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que irá vetar o "extra de R$ 2 bilhões" do fundo eleitoral de 2022, definido pelo Congresso em R$ 5,7 bilhões. Entretanto, não é possível vetar apenas parte do valor do fundo. Ao analisar uma lei aprovada pelo Congresso, o presidente pode sancionar ou vetar artigos do projetos, ou todo o texto, mas não alterá-lo.

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, após um homem parabenizar Bolsonaro por "vetar os R$ 6 bilhões do fundão", o presidente disse que irá vetar apenas "o excesso":

— Vou deixar claro uma coisa. Vai ser vetado o excesso do que a lei garante. A lei, quase 4 bilhões o fundo. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei, estou incurso na lei de responsabilidade. Espero não apanhar do pessoal como sempre — disse Bolsonaro.

Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, aprovada há duas semanas, o Congresso estabeleceu os critérios para o fundo, e não um valor específico. Esse valor só será estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA). Portanto, na avaliação de várias fontes da área econômica, é possível vetar os critérios do fundo e estabelecer um valor diferente na LOA.

Segundo técnicos do Congresso, os critérios estabelecidos na LDO fariam com que o fundo ficasse em R$ 5,7 bilhões. Nas eleições de 2018, o fundo foi de R$ 1,7 bilhão.

Bolsonaro repetiu diversas vezes desde a semana passada que iria vetar o fundo, mas não havia feito a distinção sobre o "extra" ou "excesso". O presidente também sugeriu que a correção do fundo deveria ter sido realizada a partir da inflação.

  • Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos.Assine a EXAME.
Acompanhe tudo sobre:CongressoDinheiroEleições 2022Jair BolsonaroOrçamento federal

Mais de Brasil

Hugo Motta anuncia criação da comissão especial que analisará PEC da Segurança

Show com dinheiro público? Projeto no Senado propõe novas regras de contratação; entenda

Governo de SP alerta para risco elevado de incêndios em grande parte do estado nos próximos dias

'O Pix é nosso, my friend', posta governo Lula após investigação de Trump