Brasil

Bolsonaro diz que tem telefonema acertado com presidente da Ucrânia

Caso se concretize, seria a primeira vez, de acordo com registros oficiais, que os líderes falariam por telefone após a eclosão da guerra entre ucranianos e russos

Bolsonaro: presidente quer que os preços fiquem como estão (Andressa Anholete/Getty Images)

Bolsonaro: presidente quer que os preços fiquem como estão (Andressa Anholete/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de julho de 2022 às 14h51.

Última atualização em 11 de julho de 2022 às 15h15.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 11, que tem um telefonema acertado com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no próximo dia 18. Caso se concretize, seria a primeira vez, de acordo com registros oficiais, que os líderes falariam por telefone após a eclosão da guerra entre ucranianos e russos. A declaração de Bolsonaro foi feita após ele se reunir no Palácio do Planalto, com a presidente da Hungria, Katalin Novák.

"Também trocamos algumas observações sobre o conflito que acontece ali próximo à Hungria, a questão Rússia e Ucrânia. Eu disse que no próximo dia 18 tenho um telefonema acertado com o Zelensky, assim como depois da minha visita à Rússia, antes do conflito, tive uma outra conversa com o presidente Putin", declarou Bolsonaro, em referência ao que foi tratado no encontro com a política húngara.

LEIA TAMBÉM: Bolsonaro afirma que está "quase certo" acordo para Brasil comprar diesel da Rússia

Em 26 de junho, Bolsonaro anunciou, durante conversa com apoiadores, que o Brasil poderia comprar diesel da Rússia. A negociação foi feita em ligação telefônica com o presidente do país, Vladimir Putin, antecipada pelo Broadcast Político e posteriormente confirmada pelo ministro de Relações Exteriores, Carlos França. Hoje, o chefe do Executivo disse que o combustível fóssil poderia chegar ao Brasil em dois meses.

"Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócios com o mundo todo. Parece que as sanções econômicas não deram certo, tanto é que a Alemanha teve agora 40% do gás cortado", afirmou Bolsonaro a jornalistas, em referência às sanções impostas pela comunidade global ao governo russo devido à guerra na Ucrânia.

O presidente voltou hoje a defender a viagem que fez à Rússia em fevereiro, dias antes de Putin determinar a invasão da Ucrânia e iniciar a guerra. Bolsonaro disse que conseguiu, com a visita ao contraparte russo, garantir o fornecimento de fertilizante para o agronegócio brasileiro. "O Brasil manteve sua posição de equilíbrio. Lógico que eu gostaria que não tivesse guerra", declarou.

Na fala à imprensa após se reunir com a presidente da Hungria, Bolsonaro afirmou que os dois conversaram sobre "várias questões de interesse comercial", além de possíveis acordos no futuro. A chefe de Estado é aliada do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, símbolo da extrema-direita mundial e com quem Bolsonaro compartilha a pauta conservadora.

"Temos muita coisa em comum, em especial a defesa dos valores familiares. Somos pela liberdade religiosa, pela liberdade de imprensa. E eu disse-lhe agora há pouco que tenho um rito de todo dia antes de levantar e antes de vir para a Presidência, dobrar o joelho, rezar um pai nosso, e pedir para que o povo brasileiro não experimente as dores do comunismo", declarou o presidente.

LEIA TAMBÉM: Bolsonaro sugere ação contra governadores que não cortarem ICMS sobre combustível

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroUcrâniaVolodymyr-Zelensky

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas