Brasil

Bolsonaro diz que sem privatização da Eletrobras, haverá 'caos energético'

A MP prevê a capitalização da empresa sem aporte do governo federal, o que leva a uma diminuição da participação federal na empresa e a perda do controle acionário

Eletrobras: A MP, se não for votada, perde a validade no próximo dia 22 (Andressa Anholete / Correspondente/Getty Images)

Eletrobras: A MP, se não for votada, perde a validade no próximo dia 22 (Andressa Anholete / Correspondente/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 16 de junho de 2021 às 12h00.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a medida provisória que trata da privatização da Eletrobras, que deve ser votada nesta quarta-feira pelo Senado, e mostrou irritação com as críticas pela decisão do governo.

A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades.  Aprenda a investir com a EXAME Academy

"Agora o pessoal é contra a privatização? É brincadeira. Porque se eu sair daqui e voltar o PT...", disse ao ser questionado por um dos apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. "Não vou aceitar discutir isso aqui. Se não privatizar, acaba em caos no sistema energético no Brasil. Porque roubaram tanto... E ninguém fala nisso."

A MP prevê a capitalização da empresa sem aporte do governo federal, o que leva a uma diminuição da participação federal na empresa e a perda do controle acionário, em um modelo que vem sendo chamado de desestatização. Apesar da mudança, o governo não abriria mão da chamada Golden Share, que lhe dá poder de veto em decisões dos acionistas.

A MP, se não for votada, perde a validade no próximo dia 22, o que impediria o governo de enviar um novo texto ainda este ano, adiando o mais uma vez, o processo de privatização.

O texto enfrenta resistência no Senado, tanto pelo conteúdo principal quanto por enxertos feitos na Câmara, os chamados "jabutis". Um deles é o que inclui a obrigação de que o governo federal contrate por 15 anos usinas termelétricas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

A situação difícil levou o governo a adiar a edição de outra MP, a que trata de medidas para gerenciar a crise energética que o país pode enfrentar pela falta de chuvas. O texto inclui, inclusive, a possibilidade de um novo comitê para tratar da crise, também a ser criado pela MP, decretar racionamento de energia no país.

Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:EletrobrasEnergia elétricaGoverno BolsonaroJair BolsonaroSenado

Mais de Brasil

Lula defende 'melhorar relação com Estados Unidos' e pede 'respeito' a Trump

COP30: Lula diz ter certeza que países ricos não darão R$ 100 bi para combater mudanças climáticas

Lula diz que Kassab foi injusto com Haddad e que riu de previsão sobre derrota se eleição fosse hoje

Inmet emite alertas de 'perigo' e 'perigo potencial' para 22 estados hoje; veja previsão do tempo