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Bolsonaro diz que protestos no Chile têm origem no fim da ditadura no país

Manifestações começaram na última sexta-feira por conta do aumento da passagem do metrô, mas população incluiu outras reivindicações em atos

Chile: país passa por onde de manifestações contra o governo  (Ivan Alvarado/Reuters)

Chile: país passa por onde de manifestações contra o governo (Ivan Alvarado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 09h14.

Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 13h01.

Tóquio — O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os protestos no Chile contra o governo de Sebastian Piñera, seu aliado, têm origem no fim da ditadura chilena, há quase 30 anos, e em governos de esquerda. Ele também demonstrou preocupação com a situação de outros países vizinhos como Bolívia, Equador, Peru e Paraguai.

"O problema do Chile nasceu em 1990, que ninguém dá valor para isso. Naquela época, as Farc fizeram parte, Fidel Castro, isso tudo. E qual o espírito dessa questão? Primeiro é bater contrário às políticas americanas, imperialistas, segundo eles. E depois são os países que se autoajudam para chegar ao poder", disse Bolsonaro após tomar café da manhã em Tóquio, nesta terça-feira, 22.

Os protestos violentos no Chile foram deflagrados na sexta-feira (18) após o aumento da passagem de metrô, mas se tornaram uma grande convulsão social. A sociedade se mantém na expectativa de mudanças no modelo econômico ultraliberal que acentuou as desigualdades na sociedade chilena.

“Sabia-se que isso estava vindo. O governo não fez nada. Não foi apenas o bilhete do metrô que deflagrou isso e terminou em vandalismo. Se o governo não fizer coisas contundentes, medidas para melhorar os salários, a saúde, a previdência…”, disse à AFP Carlos Lucero, de 30 anos, que vende sanduíches no Paseo Ahumada.

Além dos 11 mortos, as autoridades informaram que pelo menos duas pessoas foram baleadas, e quase 1.500 detidas, na pior explosão social em mais de três décadas no país.

Em entrevista à imprensa, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que o governo acompanha o conflito no Chile com "bastante atenção", mas que o momento exige tranquilidade. Araújo contou que tem mantido contato com o chanceler chileno, Teodoro Ribera, e que ele tem dito que a situação no país está sob controle.

Segundo integrantes do Itamaraty, a Embaixada do Brasil no Chile também envia informes e análises diretamente para o governo brasileiro. Tem sido feito, ainda, um acompanhamento das manifestações pela imprensa.

Na segunda-feira, 21, Bolsonaro admitiu que os conflitos no Chile contra a gestão de Piñera preocupam o governo brasileiro, mas evitou se estender no assunto. "Tudo o que acontece na América do Sul a gente se preocupa", disse o presidente.

O único caso da América do Sul que Bolsonaro considera ter a situação controlada é a Argentina. E, na visão dele, justamente porque a chapa de Cristina Kirchner, sua adversária política, é favorita. "A Argentina está tranquila porque a tendência é elevar o pessoal da Cristina Kirchner", afirmou.

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