Bolsonaro afirmou que pode reeditar o decreto se houver um entendimento melhor sobre o que o governo pretende fazer (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)
Reuters
Publicado em 29 de outubro de 2020 às 10h49.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que poderá reeditar o decreto que autorizou estudos para parcerias público-privadas em Unidades Básicas de Saúde se houver um entendimento melhor sobre o que o governo pretende fazer.
Em conversa com apoiadores na noite de quarta-feira, Bolsonaro reclamou das críticas ao decreto, e disse que decidiu pela revogação porque estava "virando um monstro".
"O pessoal falou que era privatizar, eu revoguei o decreto. Deixa. Quando tiver o entendimento do que a gente de verdade quer fazer talvez eu reedite o decreto. Enquanto isso vamos ter mais de 4 mil unidades abandonadas jogadas no lixo sem atender uma pessoa sequer", afirmou.
O decreto foi editado na terça-feira sem mais informações por parte do governo. Ao longo de quarta, as reações à proposta --vista como uma abertura para uma futura privatização das unidades de saúde pública-- gerou reações no Congresso, entre secretários de Saúde, especialistas e nas redes sociais.
No final da tarde, Bolsonaro anunciou a revogação do decreto, mesmo defendendo a medida.
Aos apoiadores, repetiu os argumentos em defesa da proposta, afirmando que permitiria a conclusão de 4 mil Unidades Básicas de Saúde que hoje estão com as obras paradas, além da compra de equipamentos e contratação de pessoal.
"Não existe privatização do SUS. Fizemos o ano passado no tocante a creches. As UBSs e UPAs são mais de 4 mil que estão inacabadas. E não tem dinheiro. Em vez de deixar deteriorar gostaríamos de oferecer à iniciativa privada. Qualquer atendimento ali feito pela iniciativa privada seria ressarcido pela União", afirmou.