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Bolsonaro diz que mudanças no BB são porque massa quer respeito à família

Presidente pediu que o Banco do Brasil parasse de veicular uma propaganda em que o foco era a diversidade

JAIR BOLSONARO: "Quem indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil, não sou eu? Não precisa falar mais nada, então" (Simon Dawson/Bloomberg)

JAIR BOLSONARO: "Quem indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil, não sou eu? Não precisa falar mais nada, então" (Simon Dawson/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de abril de 2019 às 12h46.

Última atualização em 27 de abril de 2019 às 15h29.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 27, que a linha de propaganda do governo mudou. Ele pediu que o Banco do Brasil retirasse do ar um vídeo em que  incentivava a abertura de conta no banco cujo foco era a diversidade.  A peça, de 30 segundos, exibia imagens de homens e mulheres jovens, de diferentes estilos.

"Quem indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil, não sou eu? Não precisa falar mais nada, então. A linha mudou. A massa quer o quê? Respeito a família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma. E nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira", disse o presidente, após visitar a estudante Yasmin Alves, de 8 anos, na casa dela, na Estrutural, uma das regiões mais pobres do Distrito Federal. Bolsonaro disse ainda que ministros devem seguir sua linha de pensamento ou "ficar em silêncio", se discordarem.

Após o cancelamento da campanha publicitária veio à tona uma divergência entre o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, e o novo chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten.

O caso custou o cargo do diretor de Comunicação e Marketing do Banco do Brasil, Delano Valentim. Nesta sexta-feira, a Secom -- subordinada a Santos Cruz -- enviou um e-mail a estatais com instruções para que todo o material de propaganda da administração pública, incluindo o das estatais, passasse por análise prévia da pasta. A ordem era para "maximizar o alinhamento de toda ação de publicidade".

Horas depois, porém, Santos Cruz emitiu nota dizendo que a medida determinada pela Secom fere a Lei das Estatais "pois não cabe à administração direta intervir no conteúdo da publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais". Questionado neste sábado, 27, sobre como pretendia controlar a publicidade dessas empresas, Bolsonaro respondeu que os ministros devem seguir seu pensamento ou não se pronunciar.

"Olha, por exemplo, meus ministros... Eu tinha uma linha, armamento. Eu não sou armamentista? Então, ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio. É a regra do jogo", afirmou ele. A frase foi interpretada até por aliados como um puxão de orelha em Santos Cruz.

A assessoria do banco informou, em nota, que "faltaram outros perfis" na publicidade, que saiu do ar no último dia 14.

Visita

Na semana passada, Yasmin foi vítima de um erro na divulgação de um vídeo, pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que aparece supostamente se recusando a cumprimentar Bolsonaro, durante a visita de um grupo de crianças ao Palácio do Planalto. A interpretação dada às imagens, que viralizaram nas redes sociais, é falsa. A negativa de Yasmin, na verdade, era porque o presidente havia perguntado às crianças quem era palmeirense. Yasmin, que torce para o Flamengo, cruzou os braços e balançou negativamente a cabeça no momento. A menina chegou a deixar de frequentar a escola por causa da hostilidade de colegas e vizinhos. Bolsonaro decidiu visitá-la para prestar solidariedade.

"É uma visita para desfazer uma situação que a família, em especial a menina, estava sofrendo. Ela estava há uma semana sem ir à aula, porque o que chegou aqui foi que ela teria sido sem educação por não ter me cumprimentado. Na verdade, não foi isso. Eu perguntei quem era palmeirense, ela disse que não. Nada mais além disso", disse o presidente, que chegou a presenteá-la, na última quinta, com uma camisa do Flamengo, quando ela foi recebida por ele no Palácio do Planalto. Para a visita de hoje, foi montado um forte esquema de segurança na Estrutural, que fica a pouco mais de 15 quilômetros do centro da capital. A rua da casa de Yasmin foi complemente bloqueada para a passagem do comboio presidencial. Agentes ocuparam pontos estratégicos nas lajes e telhados de casas vizinhas e apenas moradores da rua foram autorizados a passar pelo bloqueio.

Ao chegar ao local, às 9h, Bolsonaro estava acompanhado da primeira-dama, Michelle, que abraçou a criança e entregou um bolo para a mãe de Yasmin, Cleia Ramone. Eles entraram na casa da família, onde permaneceram por cerca de meia hora.

 

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