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Bolsonaro diz que há má-fé em críticas à fala sobre acabar com Lava-Jato

Em transmissão nas redes sociais, Bolsonaro disse que a Lava-Jato não tem mais finalidade porque sua administração não teve nenhum caso de corrupção

Bolsonaro afirmou que o trabalho de combate à corrupção continua nos estados (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Bolsonaro afirmou que o trabalho de combate à corrupção continua nos estados (Carolina Antunes/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 20h57.

Última atualização em 8 de outubro de 2020 às 22h34.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que há desinformação, má-fé ou até dor de cotovelo de quem tem criticado sua declaração sobre ter acabado com a Operação Lava-Jato.

Em transmissão nas redes sociais, Bolsonaro disse que, para o governo, a Lava-Jato não tem finalidade "graças a Deus" porque sua administração não teve, segundo ele, nenhum caso de corrupção em um ano e dez meses de mandato.

"O pessoal fala que eu estou acabando com a Lava Jato. Quem fala isso aí ou é desinformado, está de má fé ou está com dor de cotovelo, 1 ano e 10 meses sem corrupção em nosso governo", disse Bolsonaro.

O presidente afirmou que o trabalho de combate à corrupção continua nos estados e em diferentes órgãos, citando o exemplo de desvios em compras na área de saúde durante a pandemia de covid-19.

Em evento na véspera no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse: "É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer para essa imprensa maravilhosa nossa, que eu não quero acabar com a Lava-Jato, eu acabei com a Lava-Jato, porque não tem mais corrupção no governo”.

Essa fala fez a força-tarefa de procuradores da Lava-Jato em Curitiba divulgar uma nota oficial para rebater o presidente. O grupo chegou a dizer, sem citar o presidente ou quem seria, que há “forças poderosas” que atuam em sentido contrário ao combate à corrupção.

O ex-juiz da Lava-Jato e ex-ministro da Justiça Sergio Moro também defendeu a operação após a fala de Bolsonaro.

"É o triunfo da velha política e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia. Esse filme é conhecido. Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?", questionou ele, no Twitter, ainda na quarta.

Bolsonaro foi eleito em 2018 no rastro da bandeira de combate à corrupção e fazendo uma defesa enfática da Lava-Jato. Escalou para seu governo o ex-juiz Sergio Moro, símbolo da operação, como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Contudo, após desentendimentos com Moro, que o acusou de tentar interferir na Polícia Federal, o presidente demitiu-o do governo no final de abril e acabou por se aproximar de investigados na operação.

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