Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o governo brasileiro poderá abrir um escritório de negócios em Jerusalém (Marcos Corrêa/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 28 de março de 2019 às 12h13.
Última atualização em 28 de março de 2019 às 12h37.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o governo brasileiro poderá abrir um escritório de negócios em Jerusalém, em vez de transferir a embaixada em Israel para a cidade, como chegou a anunciar mais de uma vez.
"Talvez abramos agora um escritório de negócios em Jerusalém", disse o presidente ao ser questionado se trataria sobre a possível mudança da embaixada durante a viagem que fará a Israel na semana que vem.
O aparente recuo em relação à mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém --um assunto sensível na região e que desagrada os países árabes, grandes importadores de carne de aves do Brasil-- vem com a resistência dos militares do governo e da equipe econômica, que teme as consequências para as exportações brasileiras.
Bolsonaro não descartou totalmente a transferência da embaixada ao lembrar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levou nove meses para tomar a decisão final de mudar a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém.
Apesar de ter falado seguidas vezes, antes de tomar posse, que faria a mudança, desde que assumiu a Presidência Bolsonaro passou a ser mais cuidadoso com o assunto. Ao contrário, o tema foi quase esquecido dentro do governo.
O vice-presidente, Hamilton Mourão, chegou a dizer para a Reuters acreditar que o tema iria "para as calendas". Além disso, mesmo com a viagem próxima, uma fonte do Itamaraty contou que não há nenhuma instrução desse tipo aos diplomatas.
A hipótese da abertura de um escritório de negócios em Jerusalém surgiu no próprio Itamaraty. Foi apresentada pelos diplomatas ao governo como uma alternativa menos drástica e que não desagradaria os países árabes.