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Bolsonaro diz que gostaria de zerar imposto federal do diesel em 2022

"Sabemos que o combustível está em um preço, no meu entender, caro. Temos que buscar maneiras de reduzir o máximo possível", afirmou o presidente

Presidente Jair Bolsonaro (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Presidente Jair Bolsonaro (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 12h22.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 13h34.

Em recado aos caminhoneiros, o presidente da República, Jair Bolsonaro, reafirmou que estuda a possibilidade de reduzir a zero o imposto federal sobre o óleo diesel a partir de 2022. Em uma semana marcada por atritos entre o chefe do Executivo e integrantes do Judiciário em torno do voto impresso, Bolsonaro deixou a pauta política de lado no período da manhã em conversa com apoiadores e decidiu focar apenas na questão do combustível, outro tema recorrente nas falas do presidente.

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"Sabemos que o combustível está em um preço, no meu entender, caro. Temos que buscar maneiras de reduzir o máximo possível. Eu não gosto de falar em promessas, mas eu gostaria de zerar o imposto federal do diesel a partir do ano que vem. Não posso garantir que será feito, digo, não é uma promessa, é um estudo", disse a representantes da categoria presentes na saída do Palácio da Alvorada, onde tradicionalmente conversa com apoiadores.

As declarações foram divulgadas em vídeo publicado por site bolsonarista nesta sexta-feira. Parte da fala do presidente sobre o tema foi gravada nesta sexta e outra parte refere-se a conversa com seus apoiadores na quarta-feira, 4, quando Bolsonaro disse que a equipe econômica encontrou um meio de substituir a arrecadação perdida com eventual retirada dos tributos sobre o diesel. "Tem que ter uma fonte alternativa para compensar. Acho que ontem apareceu uma luz para a gente zerar a partir de janeiro do ano que vem. Não vou garantir", declarou o presidente no trecho da gravação do dia 4.

"Nós reconhecemos o trabalho dos caminhoneiros, não só durante a pandemia, bem como em outros momentos. Vocês são essenciais para transportar nossas riquezas pelos quatro cantos do Brasil", elogiou.

O chefe do Executivo voltou a responsabilizar governos estaduais pelo elevado valor dos combustíveis, cujo aumento, segundo ele, se deve à cobrança do ICMS aos preços dos fretes e às margens de lucro dos postos. "Reconhecemos a dificuldade financeira dos Estados, mas, acima do Estado, da União, está o povo que nos mantém", argumentou. "Quando a gente reduz (o preço do combustível) na refinaria, na bomba não diminui", completou.

Os homens que se apresentaram como caminhoneiros na saída do Alvorada endossaram a tese do presidente e o eximiram de responsabilidade pelo alto preço do diesel. Bolsonaro aproveitou para estender a crítica aos governadores pela elevação do custo do gás de cozinha com base nas mesmas justificativas dadas para a subida no valor dos combustíveis.

"O gás de cozinha, nós resolvemos na parte federal. No início do ano, nós zeramos todo e qualquer imposto para gás e cozinha. Hoje na refinaria, lá na ponta da linha, no inicio, tá na ordem de R$ 45 reais, e alguns locais chega a R$ 110, é um absurdo. Então, digo a vocês, R$ 45, o que soma, agrega, preço no gás muito até o final da linha? É o frete, é o quanto na ponta da linha, ali, o vendedor cobra, e o imposto estadual, o ICMS", justificou.

Desde a greve realizada pela categoria em maio de 2018 contra o aumento do preço dos combustíveis, há ameaças constantes de nova paralisação, devido, entre outros fatores, à política da Petrobras de reajustar os valores dos combustíveis de acordo com a flutuação da commodity no mercado internacional. Para agradar os caminhoneiros, um dos setores da base eleitoral de Bolsonaro, o assunto já motivou a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da estatal.

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