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Bolsonaro diz que Executivo e Legislativo precisam de união

No discurso desta quarta, presidente não fez referência a um projeto específico, mas a Câmara discute atualmente proposta de reforma da Previdência

Jair Bolsonaro: "Nós não precisamos de pacto assinado no papel", disse Bolsonaro em discurso durante cerimônia militar nesta quarta (Marcos Corrêa/PR/Reprodução)

Jair Bolsonaro: "Nós não precisamos de pacto assinado no papel", disse Bolsonaro em discurso durante cerimônia militar nesta quarta (Marcos Corrêa/PR/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 3 de julho de 2019 às 12h13.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que Executivo e Legislativo não precisam de qualquer pacto assinado no papel, mas sim trabalhar juntos na prática para apresentar e votar projetos que fujam do populismo e permitam que cada um receba aquilo que merece por seu trabalho.

"Nós não precisamos de pacto assinado no papel. O pacto de que nós precisamos com o Poder Legislativo e o Poder Executivo é o nosso exemplo de votarmos matérias, de apresentarmos proposições que fujam do populismo, que estimulem a cada um ser realmente responsável em receber aquilo que recebe pelo suor do seu rosto, pela competência, por sua dedicação", disse Bolsonaro em discurso durante cerimônia militar em São Paulo.

"O que nós queremos e podemos fazer com a nossa união é um Brasil melhor para todos. Isso tem que sair do papel. Tem que sair do discurso fácil de político, nós temos que dar exemplo, nós do Executivo e do Legislativo. Temos que dar exemplo", acrescentou.

No fim de maio, Bolsonaro realizou um encontro com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no qual ficou acertado que os chefes de Poderes trabalhariam na assinatura de um pacto — anteriormente já aventado por Toffoli — em favor do país.

Ainda não está claro, no entanto, se este pacto irá adiante, após ressalvas feitas por Maia.

No discurso desta quarta-feira, o presidente não fez referência a qualquer projeto específico, mas a Câmara dos Deputados discute atualmente proposta de reforma da Previdência e um dos pontos em discussão diz respeito a demandas de forças de segurança pública, como policiais federais e civis, em favor de regras de aposentadoria mais benéficas.

A cerimônia marcou a despedida do general Luiz Eduardo Ramos da chefia do Comando Militar do Sudeste para assumir o cargo de ministro da Secretaria de Governo, no qual será responsável pela articulação política do governo com o Congresso.

Bolsonaro também comemorou no discurso o acordo comercial fechado entre Mercosul e União Europeia. Segundo ele, só foi possível avançar depois que os países sul-americanos abriram mão da ideologia política nas negociações.

"Nós consolidamos um dos acordos mais promissores de todo o mundo, o Mercosul. Isso aconteceria quando esse grande bloco da América do Sul não mais se pautasse pelo viés ideológico, e sim pelo viés do livre comércio", afirmou.

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