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Bolsonaro diz que aceita ajuda do G7 se Macron se desculpar por "insultos"

Presidente brasileiro quer também que líder francês descarte ideia de internacionalização da Amazônia

Bolsonaro: presidente disse que pode aceitar ajuda, mas exige que Macron "retire insultos" (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: presidente disse que pode aceitar ajuda, mas exige que Macron "retire insultos" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 09h15.

Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 09h59.

O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta terça-feira, 27 que pode reconsiderar decisão da véspera e aceitar a ajuda emergencial do G-7 caso o presidente da França, Emmanuel Macron, retire "insultos" contra ele e a ideia de que a internacionalização da Amazônia está "em aberto".

Bolsonaro não demonstrou, no entanto, qualquer intenção de pedir desculpas à primeira-dama francesa, Brigitte. Na segunda-feira, 26, o Palácio do Planalto informou oficialmente que vai recusar os 20 milhões de euros anunciados por Macron em nome dos países que formam o G-7.

"Primeiramente, o seu Macron tem que retirar os insultos que fez a minha pessoa. Ele me chamou de mentiroso. E, depois, informaram, que a nossa soberania está em aberto na Amazônia. Para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras e daí a gente pode conversar", declarou Bolsonaro. "Primeiro, ele retira. Depois, oferece ajuda. Daí eu respondo", reforçou.

Bolsonaro questionou até mesmo anúncio oficial feito pelo Palácio do Planalto com a recusa dos recursos do G-7 pelo Brasil. "Eu falei isso? Eu falei? O presidente Bolsonaro falou?" reagiu. Indagado se ainda cogita receber a quantia, ele falou que a imprensa "vai ter uma surpresa hoje" na reunião que ele fará com governadores da região amazônica, no Palácio do Planalto, às 10h. "Tudo tem um preço. Eu disse há poucas semanas que estavam comprando à prestação a Amazônia. Vocês vão ter a resposta."

Após dois minutos de entrevista, Bolsonaro encerrou a conversa com jornalistas nesta terça por causa de perguntas sobre um possível pedido de desculpas à primeira-dama francesa. Ele disse que não colocou a foto que zombava Brigitte e justificou que pediu para o responsável não "falar besteira".

"Eu não coloquei aquela foto, alguém que colocou a foto lá e eu falei para não falar besteira. Não queiram falar da questão familiar porque na questão familiar, pessoal, eu não me meto. Sempre respeito o cara para não entrar nessa área", disse.

No final de semana, o presidente brasileiro reagiu com risadas a um comentário em que um seguidor da sua página no Facebook postou fotos dos chefes de Estado com suas respectivas primeiras-damas, afirmando que o mandatário francês teria inveja de Bolsonaro porque sua esposa é 24 anos mais velha do que ele. "Não humilha cara. Kkkkkkk", escreveu Bolsonaro em rede social como resposta ao apoiador.

Seguidor posta foto de Macron e a mulher em um post do presidente brasileiro, com a legenda: “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”. O próprio respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”

Seguidor posta foto de Macron e a mulher em um post do presidente brasileiro, com a legenda: “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”. O próprio respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”. (Twitter/Reprodução)

Ao ser indagado se pretende pedir desculpas, Bolsonaro ficou irritado com jornalistas e encerrou a conversa. "Se continuar pergunta desse padrão vai acabar a entrevista. Meu comentário era para não insistir nesse tipo de postagem. Realmente, o jornalismo, vocês não merecem consideração."

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