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Bolsonaro diz defender país de comunismo e "curar" lulistas com trabalho

Ex-capitão do Exército também prometeu, se eleito, unir o Brasil e buscou afastar-se das críticas de que é machista

Jair Bolsonaro: candidato ao Planalto pediu que seus apoiadores baixem um aplicativo criado por sua campanha para fazer uma apuração paralela do resultado da eleição (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: candidato ao Planalto pediu que seus apoiadores baixem um aplicativo criado por sua campanha para fazer uma apuração paralela do resultado da eleição (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 22h34.

(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse neste sábado que representa o Brasil verde e amarelo contra o socialismo e o comunismo e prometeu "curar" os simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com trabalho.

Em transmissão ao vivo feita em suas redes sociais, na véspera do primeiro turno da eleição, o ex-capitão do Exército também prometeu, se eleito, unir o Brasil e buscou afastar-se das críticas de que é machista e que não gosta de mulheres.

"É o Brasil verde e amarelo e eles que representam Cuba, que representam o governo da Venezuela com a sua bandeira vermelha com a foice e o martelo em cima dela", disse Bolsonaro no vídeo, ao lado do filho Flavio, que é deputado estadual e candidato a uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro.

O candidato ao Planalto pediu que seus apoiadores baixem um aplicativo criado por sua campanha para fazer uma apuração paralela do resultado da eleição - ao mesmo tempo que voltou a colocar em dúvida a confiabilidade do sistema eletrônico de votação - e, ao pedir que seus simpatizantes votem com uma camisa no domingo identificando-os como tal, disse que vai curar simpatizantes de Lula.

"Vamos fazer uma apuração paralela. É difícil você garantir a lisura das eleições com o voto eletrônico", afirmou.

"A gente não vê uma camisa de nenhum candidato por aí, a não ser uns malucos aí 'Lula livre'. A gente vai curar esse pessoal aí, tenho certeza disso. Mas vamos curar com trabalho, hein? O antídoto para curar esse pessoal é carteira de trabalho, Tem muita gente que votou no PT e está vindo para o nosso lado."

Muitas vezes criticado por declarações consideradas machistas e misóginas, Bolsonaro exaltou sua família - a esposa, a filha caçula e uma enteada - e relativizou um comentário que fez no passado de que, após ter quatro filhos homens, deu uma "fraquejada" e teve uma menina.

"Depois de quatro barbados aqui, ó, feio para caramba, veio uma menina que partiu meu coração", disse, rindo, enquanto apontava para o filho Flávio.

"Fiz aquela brincadeira no passado, quem não brinca, meu Deus do céu? Fui mal interpretado, me desculpem. Uma brincadeira de nós homens. Mas não podemos perder a alegria de viver, contar uma piada, escutar piada de gaúcho, de cearense, de goiano, de carioca esperto. Como é gostoso essa miscigenação, essa união do povo brasileiro. Vamos unir o povo brasileiro", afirmou.

Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto --tem 40 por cento dos votos válidos pelo Datafolha e 41 por cento pelo Ibope--, voltou a pedir que seus eleitores tentem conquistar pelo menos mais um voto para que ele seja eleito já no domingo.

Para vencer a eleição sem precisar de um segundo turno, um candidato precisa obter metade mais um dos votos válidos, que exclui os votos nulos e brancos.

"Se cada um de vocês conseguir lutar por mais um voto apenas, lutar, nós liquidamos a fatura no primeiro turno e não teremos que comparecer às urnas no dia 28, que seria o segundo turno. Dá para fazermos isso, tem muita gente indecisa ainda", disse o ex-capitão.

"Vamos nos unir, vamos unir esse Brasil aqui. Não vou botar um corneteiro para tocar uma corneta e dar o toque de sentido não, fiquem tranquilos, não vai ter isso não, mas unir, pelo exemplo, pela dedicação, pelo amor à pátria, pelo respeito da família, pela vontade de nos afastarmos de vez do socialismo, do comunismo."

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