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Bolsonaro deve ficar fora de "agendas de rua" no primeiro turno

Candidato do PSL voltou para a UTI na madrugada desta quinta-feira, após passar por cirurgia de emergência na noite de quarta-feira

Bolsonaro: candidato deve ficar fora de "agendas de rua" ao menos no primeiro turno da campanha (Nacho Doce/Reuters)

Bolsonaro: candidato deve ficar fora de "agendas de rua" ao menos no primeiro turno da campanha (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de setembro de 2018 às 13h31.

Última atualização em 13 de setembro de 2018 às 13h34.

Brasília - A mais recente intervenção cirúrgica no candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, consolidou a avaliação entre aliados de que o líder das pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto deve ficar fora de "agendas de rua" ao menos no primeiro turno da campanha, disseram à Reuters pessoas próximas a ele.

O candidato do PSL voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na madrugada desta quinta-feira, após passar por cirurgia de emergência na noite de quarta-feira, segundo o hospital Albert Einstein. Na quinta-feira passada, ele foi esfaqueado na barriga em um evento de campanha em Juiz de Fora (MG) e busca se recuperar das lesões do atentado.

Até o momento, não há nenhuma informação sobre possibilidade de alta de Bolsonaro e o momento em que será liberado para retomar atividades de campanha. Aliados disseram categoricamente à Reuters que a equipe médica e não o calendário eleitoral vai ditar a volta do candidato do PSL à corrida eleitoral.

O coordenador da campanha de Bolsonaro em São Paulo, o deputado federal Major Olimpio, admitiu à Reuters que o candidato do PSL estará fora da campanha na rua no primeiro turno.

"Minha avaliação é que, para esses atos que é o contato com massa, povão, não vejo essa condição física de fazer isso em primeiro turno", disse Olimpio, ao considerar que não vê problema de ele filmes ou faça lives (gravações ao vivo) para serem divulgadas nas redes sociais, o principal meio de veiculação de campanha de Bolsonaro.

"Quem vai dizer o que o Bolsonaro vai fazer é o médico, não é o calendário eleitoral, nem marqueteiro", disse o deputado federal, que esteve na manhã desta quinta no hospital para obter detalhes sobre a recuperação do presidenciável. Olimpio é candidato a senador pelo PSL.

Mais cedo, também em entrevista à Reuters, o candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), reconheceu também que a nova cirurgia a que foi submetido o presidenciável vai atrasar o retorno dele às atividades de campanha, mas não quis precisar se isso pode ocorrer antes do primeiro turno, em 7 de outubro.

Mourão disse que a cirurgia realizada em Bolsonaro na noite de quarta-feira foi bem-sucedida, conforme anunciado pelos médicos, mas reconheceu que a nova intervenção vai demandar um maior tempo de recuperação para o candidato.

"Vai atrasar a volta dele para atividade. Não dá para dizer prazo disso aí (se volta antes do primeiro turno). Nessa ânsia de quando vai voltar, isso acaba até causando mais estresse para ele", afirmou Mourão por telefone.

Alternativas

Até o momento, não há uma alternativa acertada pela cúpula da coligação sobre como manter em evidência a campanha de Bolsonaro. Na segunda-feira, antes da nova cirurgia, o deputado estadual Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) já tinha afirmado que seu pai iria fazer campanha ao Palácio do Planalto por meio da internet, quando tiver condições para isso.

"Ele (Bolsonaro) vai fazer a campanha agora, quando tiver condições, basicamente via internet e da nossa parte e de todos os candidatos do PSL um empenho ainda maior para mostrar para quem tentou tirar a vida dele e manchar de sangue essa campanha eleitoral que a vontade do povo vai ser respeitada", disse ele, em entrevista coletiva após deixar a sede da Polícia Federal em Brasília para, dentre outras coisas, obter detalhes das investigações sobre o esfaqueamento.

Olimpio defendeu a ideia de que Mourão substitua Bolsonaro em eventos como debates e sabatinas, embora essa proposta não seja consenso dentro do partido --especulou-se fazer uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre essa possibilidade, que até agora não foi formalizada.

O deputado paulista disse que vai realizar na próxima semana atos de campanha junto com Mourão. "Não vejo porque não se for possível o vice-presidente que encabeça a chapa com ele representá-lo", disse Olimpio, que acredita ser possível, mesmo sem a presença de Bolsonaro, trabalhar para vencer no primeiro turno.

Mourão, contudo, trabalha com a hipótese de vencer a disputa ao Palácio do Planalto no segundo turno, embora ressaltou que vai atuar nas próximas três semanas para amealhar uma vitória no primeiro turno.

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