Jair Bolsonaro no Hospital Rio Grande, em Natal ( Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 14 de abril de 2025 às 06h41.
Última atualização em 14 de abril de 2025 às 06h42.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seguiu para o quarto no início da madrugada de segunda-feira, 14, informou a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em publicação nas redes sociais. Ela também elogiou a equipe médica responsável pela intervenção.
"Meu amor já está no quarto... Nossos anjos aqui na Terra (os médicos). Por 12 horas, Deus usou as mãos dessa equipe maravilhosa para cuidar do meu amor. Minha eterna gratidão à essa equipe médica extraordinária, que, com precisão, competência e humanidade, conduziu as 12 horas de cirurgia do nosso capitão. O cuidado de vocês fez toda a diferença", escreveu Michelle.
Bolsonaro foi submetido no domingo a uma cirurgia para desobstruir parte do intestino no hospital DF Star, em Brasília. A intervenção de “grande porte” para descolar as chamadas “aderências” no órgão e reconstruir a parede abdominal durou cerca de 12 horas e foi concluída sem intercorrências, segundo a equipe médica responsável.
"Está estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções", diz o boletim médico divulgado no domingo.
Bolsonaro passou por uma “laparotomia exploradora”, procedimento que consiste em cortar o abdome para examinar os órgãos internos. No caso do ex-presidente, houve o diagnóstico de retenção do trânsito do intestino. O objetivo, então, foi desfazer as “aderências” que bloquearam a digestão do paciente. Depois, houve a reconstrução da parede abdominal, feita para reforçar a musculatura dessa parte do corpo.
“O procedimento de grande porte teve duração de 12 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue”, informou um trecho do comunicado dos médicos que fizeram o procedimento no DF Star.
Os profissionais acrescentaram que a obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento. Bolsonaro foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, segundo os médicos, está “estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções”.
Bolsonaro passou mal na última sexta-feira, no Rio Grande do Norte, após sentir os efeitos da retenção intestinal, e foi transferido no dia seguinte para o Distrito Federal. A operação começou pouco depois das 10h de ontem e terminou por volta das 21h. O problema de saúde do ex-presidente é uma sequela do ataque a faca contra ele há sete anos, durante a campanha de 2018.
Inicialmente, Michelle Bolsonaro anunciou que a cirurgia no intestino de Bolsonaro terminaria entre 19h e 20h. No entanto, ela voltou às redes por volta das 18h para informar que o procedimento iria durar uma ou duas horas além do esperado. A ex-primeira dama já havia adiantado que a cirurgia seria longa.
Pouco antes do término da operação, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) falou sobre o caso a jornalistas e apoiadores do ex-presidente:
"Toda cirurgia no intestino é delicada, e não estamos falando de um menino, é uma pessoa que já tem uma idade e que já passou por essa cirurgia. São sequelas, a família sempre soube que ele nunca teria uma vida normal depois que tentaram matá-lo", disse Damaraes.
O ex-presidente participava, na sexta-feira de manhã, de um ato político no Rio Grande do Norte quando começou a sentir dor na região da barriga. Ele foi atendido às 11h15 em um hospital na cidade de Santa Cruz, a 115 quilômetros da capital potiguar, e depois foi transferido para Natal. Segundo boletim médico anterior, Bolsonaro apresentava um quadro de distensão abdominal.
Ao avaliar a situação de saúde do ex-presidente, a equipe médica ficou preocupada com indícios de piora no quadro. Desde a facada em 2018, Bolsonaro tem histórico de interrupção do trânsito no intestino, que é controlada a partir de medicação.
"Da forma como ele chegou, bastante desidratado, com muita dor e distensão abdominal exuberante, dá para dizer com alguma segurança que esse foi o quadro mais exuberante em relação aos quadros anteriores que ele apresentou. Embora eu não tenha acompanhado presencialmente as outras ocasiões", afirmou em coletiva o médico Claudio Birolini, que acompanha o quadro clínico de Bolsonaro e participou da cirurgia em Brasília.
Alguns conselheiros queriam que Bolsonaro fosse acompanhado em São Paulo pela equipe do médico Antonio Luiz Macedo, que monitora seu estado desde a época da facada. Michelle, porém, se opôs à ideia e optou por realizar a cirurgia em Brasília, sob os cuidados de Birolini, especialista em parede abdominal.
A obstrução intestinal, causa da internação de Bolsonaro, ocorre quando há bloqueio do intestino, parcial ou completo, o que impede o funcionamento normal do sistema digestivo ou a passagem das fezes. O ex-presidente também foi hospitalizado devido ao problema em maio do ano passado, em 2023 e em 2021. Em 2023, ele também chegou a ser operado para resolver a questão.