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Bolsonaro defende independência do BC nas redes sociais

O pré-candidato aproveitou a oportunidade para fazer críticas aos governos do PT e mostrar que sabe, sim, o que significa o "tripé macroeconômico"

Bolsonaro: (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Bolsonaro: (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de novembro de 2017 às 09h35.

Última atualização em 8 de abril de 2019 às 12h06.

São Paulo - O deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) lançou nesta segunda-feira, 13, um novo comunicado em sua página no Facebook para defender um Banco Central independente, fazer críticas aos governos do PT e mostrar que sabe, sim, o que significa o "tripé macroeconômico" - pergunta não respondida por ele durante programa de entrevista da jornalista Mariana Godói, na Rede TV, e que teve grande repercussão na internet.

O pré-candidato também avisou que vai usar as redes sociais como canal oficial para se precaver das "fake news". O comunicado é assinado pela equipe de Bolsonaro e por dois colaboradores, Abraham Weintraub e Arthur Bragança Weintraub.

Os Weitraubs se juntam ao economista Adolfo Sachsida e ao advogado Bernardo Santoro - já identificados como participantes do "time" que estaria ajudando Bolsonaro a formular as bases de seu plano econômico e de governo. Abraham é ex-diretor da corretora do Banco Votorantim e diretor do Centro de Estudos de Seguridade (CES).

Já Arthur é advogado e doutor e direito previdenciário. Sachsida foi criticado pelo staff do precidenciável por ter "falado demais". Por esse motivo, os Weintraubs preferem evitar declarações públicas. Na última quarta-feira, o grupo de apoio ao Bolsonaro divulgou uma primeira carta em que afastava a hipótese de ideias pouco ortodoxas saírem de sua futura equipe econômica.

A repercussão da não-resposta de Bolsonaro à pergunta sobre o "tripé macroeconômico" e a necessidade de se afirmar como um candidato palatável ao "mercado" é o que parece guiar o novo comunicado. Logo de cara, Bolsonaro e equipe afirmam: "O Brasil precisa de um Banco Central independente! No tripé macroeconômico (taxa de câmbio flutuante, metas de inflação e superávits primários), o Banco Central é responsável por dois dos três pilares."

Na sequência, explica e politiza: "Com sua independência, tendo mandatos atrelados a metas/métricas claras e bem definidas pelo Legislativo, profissionais terão autonomia para garantir à sociedade que nunca mais presidentes populistas ou demagogos colocarão a estabilidade do país em risco para perseguir um resultado político de curto prazo."

Ainda sobre a independência do Banco Central: "O primeiro passo é um BC independente, com mandato e metas de inflação claras, aprovadas pelo Congresso Nacional, para nunca mais um populista colocar em risco o orçamento das famílias brasileiras."

Na seara política, o texto faz críticas a ex-presidente cassada Dilma Rousseff por "desastrosa condução da inflação" e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por, segundo o comunicado, ter nos deixado "com seus ungidos Dilma/Temer". Bolsonaro e equipe dizem saber que "irão enfrentar grupos organizados e sem escrúpulos que farão qualquer coisa para vencer as próximas eleições".

Além disso, cita Goebbels, Galileu e um versículo bíblico: "enquanto a esquerda prefere gurus do Nacional Socialismo como Joseph Goebbels: 'Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade'; nós ficamos com Galileu Galilei: eppur si muove! Todavia, a convicção que venceremos vem de João 8:32 'E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará'."

No final da carta, Bolsonaro e equipe afirmam que as redes sociais serão o canal oficial de comunicação do grupo - e que em breve haverá a divulgação de um novo comunicado. "Para finalizar, informamos que este será nosso canal de comunicação e esperamos enviar um próximo comunicado em breve. Acreditamos que esse formato institucional evitará que pessoas desqualificadas e mal intencionadas ganhem com especulações, boatos e as conhecidas Fake News." Na terça-feira, 14, Bolsonaro estará em Vitória (ES) cumprindo agenda de candidato - com direito à caminhada e encontro com policiais.

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