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Bolsonaro defende cloroquina, e Saúde reforça prescrição de remédios

Mesmo sem comprovação científica sobre medicamentos para a covid-19, o Ministério da Saúde recomendou a prescrição de remédios para a doença

Covid-19: Antes do resultado do exame, Bolsonaro afirmou tomar hidroxicloroquina (Ueslei Marcelino/Reuters)

Covid-19: Antes do resultado do exame, Bolsonaro afirmou tomar hidroxicloroquina (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de julho de 2020 às 06h50.

Última atualização em 10 de julho de 2020 às 09h28.

O Ministério da Saúde reforçou nesta quinta-feira, em coletiva sobre dados da situação da covid-19 no país, a orientação para que o uso de qualquer medicação ocorra mediante prescrição médica. Até hoje, a Organização Mundial da Saúde não indica nenhum medicamento contra a doença.

O secretário-executivo da pasta, Elcio Franco reforçou a recomendação "que qualquer medicamento deve ser administrado mediante prescrição médica" e afirmou que ainda não há orientação do órgão sobre o uso preventivo de substâncias contra o coronavírus.

Ponderou, no entanto haver evidências de casos em que houve eficácia de uso de remédios como prevenção, mas voltou a dizer que cabe aos médicos prescreverem qualquer medicação.

Na segunda-feira, antes mesmo do resultado de seu exame, o presidente Jair Bolsonaro disse ter começado a usar a hidroxicloroquina como forma de tratar a Covid-19. No dia seguinte, após anunciar que estava com a doença, publicou um vídeo tomando um comprimido do medicamento e afirmando "eu confio na hidroxicloroquina".

Na coletiva desta quinta, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti, apontou indícios que o uso precoce da cloroquina e medicações semelhantes pode ter atuado na redução de casos graves, mas ponderou que a produção de evidências científicas pode levar "anos" para se consolidar.

No entanto, um novo estudo divulgado nesta semana mostrou, no entanto, que essa medicação não previne a covid-19. A análise, que contou com quase 55.000 pacientes, “não sugere que o uso de antimaláricos sintéticos (APS) a longo prazo tenha um papel preventivo quanto ao risco de hospitalização, intubação ou morte relacionada com a covid-19”, afirmam os autores.

Questionado sobre os riscos cardíacos do uso da medicação, Neto afirmou que "praticamente inexiste" risco de arritimia grave em pacientes que não tenham problemas cardíacos e que estejam nas fases iniciais da doença.

Os técnicos da pasta chegaram a ser questionados sobre o fato de Bolsonaro, acometido pelo novo vírus, fazer uso da hidroxicloroquina e ter seu sistema cardíaco monitorado mais de uma vez diariamente, limitando-se a afirmar, referindo-se a casos genéricos, que "cabe ao médico que realizou a prescrição decidir pelo melhor esquema de acompanhamento laboratorial ou por meio de outros exames complementares".

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