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Bolsonaro: Declaração de Biden sobre Amazônia foi desastrosa e gratuita

Para Bolsonaro, Biden sinalizou que abre mão de uma "convivência cordial e profícua" caso seja eleito presidente dos EUA

"A cobiça de alguns países sobre a Amazônia é uma realidade", disse Bolsonaro (Alan Santos/PR/Divulgação)

"A cobiça de alguns países sobre a Amazônia é uma realidade", disse Bolsonaro (Alan Santos/PR/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 12h26.

Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 12h41.

O presidente Jair Bolsonaro classificou de "desastrosa" e "gratuita" a declaração do candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a Amazônia, e afirmou que o norte-americano, ao ameaçar o Brasil de sanções caso seja eleito, sinalizou que abre mão de uma "convivência cordial e profícua".

"O que alguns ainda não entenderam é que o Brasil mudou. Hoje, seu presidente, diferentemente da esquerda, não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas ameaças. Nossa soberania é inegociável", escreveu o presidente em sua conta no Facebook.

Bolsonaro afirmou ainda que a cooperação com outros países na Amazônia é bem-vinda e tem conversado com o atual presidente dos EUA, Donald Trump, adversário de Biden na eleição, sobre o assunto. Disse ainda que seu governo tem feito ações "sem precedentes" para combater o desmatamento, embora a perda florestal permaneça em patamares elevados e as queimadas na floresta aumentando.

"A cobiça de alguns países sobre a Amazônia é uma realidade. Contudo, a externação por alguém que disputa o comando de seu país sinaliza claramente abrir mão de uma convivência cordial e profícua.", complementou. "Custo entender, como chefe de Estado que reabriu plenamente a sua diplomacia com os Estados Unidos, depois de décadas de governos hostis, tão desastrosa e gratuita declaração."

Biden, em debate com Trump na noite de terça-feira, propôs se unir a outros países para fornecer 20 bilhões de dólares ao Brasil para interromper o desmatamento na Amazônia e, se isso não desse resultado, o Brasil sofreria "consequências econômicas significativas".

Associação Brasileira dos Produtores de Soja

O candidato à Presidência dos Estados Unidos Joe Biden está "fazendo política" ao ameaçar o Brasil com sanções por conta de desmatamentos, disse nesta quarta-feira o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, em coletiva online de imprensa.

"O Joe Biden está ali fazendo política, vimos isso no debate", afirmou Braz Pereira, acrescentando ainda que países da América do Norte não têm uma agricultura competitiva e por isso atacam o Brasil sob o ponto de vista do meio ambiente.

Ele ainda se lembrou que o presidente da França, Emmanuel Macron, também fez declarações nessa linha recentemente, já que a França não seria competitiva no meio rural, despejando bilhões por ano em subsídios.

"Além de termos florestas, nós nos tornamos competitivos. Eles não têm florestas e não são competitivos, então cria-se algo para atacar o modelo brasileiro", completou.

Ele argumentou que o modelo do Brasil, com delimitação de reservas ambientais dentro das propriedades rurais, é vencedor sob o ponto de vista da produção e da preservação ambiental.

Com relação a queimadas, o presidente da Aprosoja disse que quem mais perde com o fogo são os produtores rurais, por conta da queima da palha usada no plantio direto, base da agricultura brasileira altamente produtiva.

 

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