Bolsonaro fala sobre sua sentença no STF e a trama golpista, em entrevista ao Financial Times (Supremo Tribunal Federal, flickr/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 25 de março de 2025 às 09h49.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 10h06.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já teria "a sentença pronta" para ele. Em entrevista ao jornal Financial Times, o ex-mandatário disse que o magistrado estaria "com pressa" para declará-lo culpado. A Primeira Turma da Corte começará a analisar nesta terça-feira a denúncia contra ele e outros sete aliados por participação na trama golpista e decidirá se eles se tornarão réus no processo judicial ligado ao caso.
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— Ele já tem a sentença para mim, 28 anos de prisão — disse o ex-presidente. — Eu não acho que eles me querem na cadeia, eles me querem morto. É isso que está em jogo no Brasil.
Serão analisadas hoje as denúncias contra Bolsonaro e os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Estão também na lista o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, também deputado federal pelo PL-RJ. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também integra esse grupo.
Os oito denunciados são acusados pela PGR de cometerem os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Durante a entrevista, Bolsonaro também disse que "a ajuda dos Estados Unidos" é bem-vinda no momento e agradeceu ao presidente americano, Donald Trump, pelo fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
A organização, que dava apoio ao desenvolvimento internacional, tem sido alvo de acusações feitas por bolsonaristas por provocar uma suposta "interferência eleitoral" no Brasil em 2022, quando o nome do PL foi derrotado nas urnas por Lula. A suspeita surgiu após a circulação de um depoimento de um ex-funcionário do Departamento de Estado americano, identificado como Michael Benz, e repercutiu em mais de 1,1 milhão de posts nas redes sociais sobre o tema na ocasião, como mostrou o GLOBO.
Ainda no texto, o Financial Times destacou a decisão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de tirar uma licença do cargo de deputado federal e se mudar para os EUA, anunciada na semana passada. De acordo com o jornal americano, o filho do ex-presidente tem distribuído um dossiê de mil páginas para parlamentares republicados e apoiadores de Trump com críticas a decisões do STF, como as restrições impostas ao X, de Elon Musk, no ano passado.