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Bolsonaro condena tentativa de atentado em Brasília e pede que apoiadores não entrem em confronto

Bolsonaro disse que não tem envolvimento nos atos contra o resultado das urnas que acontecem em frente aos quartéis

Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during the promotion ceremony of General Officers of the Armed Forces, at Planalto Palace in Brasilia, on August 4, 2022. (Photo by EVARISTO SA / AFP) (Photo by EVARISTO SA/AFP via Getty Images) (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)

Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during the promotion ceremony of General Officers of the Armed Forces, at Planalto Palace in Brasilia, on August 4, 2022. (Photo by EVARISTO SA / AFP) (Photo by EVARISTO SA/AFP via Getty Images) (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 12h00.

Última atualização em 30 de dezembro de 2022 às 12h43.

No último pronunciamento como presidente da República, nesta sexta-feira, 30, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a legitimidade das manifestações em frente aos quartéis, mas disse que ninguém deveria partir para o confronto. “É a pior maneira para tentar resolver o assunto”, afirmou, em live nas redes sociais.

O presidente condenou a tentativa de atentado no aeroporto de Brasília, no último dia 24. "Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão", disse.

"Agora massifica em cima do cara como bolsonarista o tempo todo. É a maneira da imprensa tratar", criticou Bolsonaro. “Não queremos o confronto, nem estimulo ninguém a partir para o confronto”, afirmou. Ele desestimulou que os apoiadores partam para o "tudo ou nada" e disse saber "dar valor à liberdade".

Segundo Bolsonaro, o momento atual é "triste para milhões de pessoas", mas é preciso agir dentro dos limites constitucionais. "Tem gente que deve estar chateada comigo", disse. "Não é o caso de ficar atacando pessoas, instituições, grupos, seja o que for", reforçou.

"Não poderia fazer o que outro lado fez. Para você conseguir certas coisas, mesmo dentro das quatro linhas, tem que ter apoio. Não é momento de procurarmos responsáveis pela situação que está acontecendo. Todos nós somos responsáveis", disse Bolsonaro.

Apesar de considerar “qualquer manifestação bem-vinda”, Bolsonaro disse que não tem envolvimento nos atos contra o resultado das urnas que acontecem em frente aos quartéis. “Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi”, afirmou. “Acredito que fiz a coisa certa de não falar sobre o assunto, para não tumultuar mais ainda", acrescentou.

O presidente disse crer no "patriotismo", na "inteligência" e na "garra" dos apoiadores. "Sei o que vocês passaram ao longo desses dois meses de protesto”, disse. Bolsonaro recomendou que, em vez de partirem para o "ataque" ou para "ameaças", chamem as pessoas "para o seu lado".

Críticas ao próximo governo

Bolsonaro também deu o prognóstico do futuro governo. O quadro, segundo ele, "não é bom". Mas "não é por isso que a gente vai jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com vizinhos, agora com muito mais propriedade e conhecimento", disse.

O presidente ressaltou que "o Brasil não vai acabar dia 1º de janeiro" e lembrou que o perfil do Congresso, a partir de 2023, é mais conservador, de direita e menos dependente do Executivo. "Não podemos querer resolver os problemas do Brasil apenas com o Executivo, o Judiciário ou o Legislativo. São três poderes", disse.

Bolsonaro criticou a composição da Esplanada anunciada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comparou com os ministros do atual governo. Ele também citou a desoneração dos impostos sobre combustíveis, que acaba em 31 de dezembro deste ano e pode não ser renovada pelo próximo governo.

"Junto ao Parlamento, e não na canetada, zeramos impostos sobre combustíveis. A gasolina está, em média R$ 5 no Brasil. Chegou à média dos R$ 8. Está no Orçamento previsto para que, no ano que vem, continue zerado, mas o novo governo quer que se volte a cobrar impostos federais a partir de janeiro", criticou.

Bolsonaro destacou feitos do governo e disse que a tendência, agora, é de aumento na violência e na inflação, além de escassez de dinheiro, inclusive para servidores públicos. “Não vai ficar igual à pandemia, quando foi mantido o salário de vocês”, disse. “Se não rodar a economia, vai faltar recursos para todo mundo. Todo mundo vai sofrer”, afirmou.

"Cheguei aqui e teve um propósito. No mínimo, atrasar quatro anos do nosso Brasil mergulhar nessa ideologia nefasta da esquerda, que não deu certo em lugar nenhum do mundo. Não vai ser o Brasil o primeiro lugar a dar certo", disse.

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