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Bolsonaro completa duas semanas com agenda enxuta e sem 'live'

Pela primeira vez desde que foi eleito, presidente deixou de fazer transmissões por duas semanas seguidas

Foi a primeira vez que Bolsonaro passou duas semanas sem fazer a chamada "live", desde que adotou a prática (Leandro Fonseca/Exame)

Foi a primeira vez que Bolsonaro passou duas semanas sem fazer a chamada "live", desde que adotou a prática (Leandro Fonseca/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de novembro de 2022 às 16h16.

O presidente Jair Bolsonaro completou a segunda semana de reclusão no Palácio da Alvorada após ser derrotado na eleição presidencial. Bolsonaro não deixou a residência oficial nenhuma vez nos últimos dias e, pela segunda vez, deixou de fazer sua transmissão ao vivo semanal.

Foi a primeira vez que Bolsonaro passou duas semanas sem fazer a chamada "live", desde que adotou a prática, ainda nos primeiros meses de governo.

Na semana passada, a primeira após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro foi ao Palácio do Planalto duas vezes: uma no dia seguinte à eleição e outra no dia 3, para uma rápida conversa com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). No dia 1º, o presidente também esteve no Supremo Tribunal Federal (STF), depois de fazer sua primeira fala sobre o segundo turno.

Nesta semana, no entanto, Bolsonaro não deixou o Alvorada em nenhum dia. Sua agenda oficial registra 12 reuniões, principalmente com ministros, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Marcelo Queiroga (Saúde) e Joaquim Leite (Meio Ambiente). Bolsonaro também recebeu na quarta o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Na semana passada, foram cinco compromissos.

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Duas pessoas próximas ao presidente ouvidas pelo GLOBO atribuem o “sumiço” a problemas de saúde. Procurada, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência não respondeu.

Um dos sinais mais evidentes da reclusão de Bolsonaro é o abandono da realização das "lives". A partir de março de 2019, o presidente passou a fazer transmissões semanais em suas redes sociais, geralmente às quintas-feiras, para se comunicar diretamente com seus apoiadores. Nas 191 semanas desde então, em apenas seis oportunidades as transmissões não ocorreram.

Em outubro, na reta final da campanha eleitoral, Bolsonaro já havia deixado de fazer a live em seus canais por duas semanas, mas porque substituiu por outras transmissões: uma delas com o coach Pablo Marçal e a outra por uma entrevista a um podcast, que teve mais de 1,7 milhão de espectadores simultâneos.

Nas outras quatro semanas em que não houve transmissão, em duas o presidente estava em viagens internacionais, em uma estava internado e em outra substituiu a live por uma entrevista.

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Além do pronunciamento, Bolsonaro também divulgou na semana passada um vídeo pedindo para seus apoiadores liberarem rodovias. Nesta semana, publicou fotos em redes sociais, mas não fez nenhuma declaração.

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