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Bolsonaro cogita criação de campo de refugiados para venezuelanos

Ele afirmou que os venezuelanos fogem de uma ditadura e que o Brasil não pode deixá-los à própria sorte

Bolsonaro: a Venezuela não pode ser tratada como país democrático (Valter Campanato/Agência Brasil)

Bolsonaro: a Venezuela não pode ser tratada como país democrático (Valter Campanato/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de novembro de 2018 às 14h40.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu hoje um rígido controle na entrada de refugiados venezuelanos que chegam ao país. Ele afirmou que os venezuelanos fogem de uma ditadura e que o Brasil não pode deixá-los à própria sorte. Como medida para tentar resolver o problema, o presidente eleito sugeriu a criação de campos de refugiados. "A criação de campos de refugiados, talvez, para atender aos venezuelanos que fogem da ditadura de seu país", disse durante cerimônia militar no Rio de Janeiro.

Bolsonaro disse que esteve em Roraima por duas vezes ao longo dos últimos quatro anos e que o estado não vai conseguir resolver a situação sozinho. O presidente eleito disse que faltou ao governo brasileiro se antecipar ao problema e defendeu um controle migratório de venezuelanos mais firme. "Porque do jeito que estão fugindo da fome e da ditadura, tem gente também que nós não queremos no Brasil".

Devolução de venezuelanos

Bolsonaro mostrou-se contrário à proposta do governador eleito de Roraima, Antonio Benarium (PSL), que cogita o fechamento da fronteira e defende a criação de um programa de devolução de venezuelanos para o país de origem.

"Eles não são mercadoria nem objeto para serem devolvidos. Se tivesse um governo democrático há algum tempo, nós deveríamos tomar outras providências como, por exemplo, excluir a Venezuela do Mercosul. A Venezuela não pode ser tratada como país democrático".

Médicos cubanos

O presidente eleito falou também sobre a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos. Bolsonaro disse que o governo Temer já está realizando uma seleção para contratação de novos médicos para ocupar as vagas deixadas pelos cubanos e já tem um número suficiente para preencher as vagas.

"Nós não podemos deixar as pessoas no Brasil num regime de semi-escravidão, completamente ao arrepio da lei federal. Qualquer um de fora que trabalhe aqui tem que ser submetido as mesmas leis de vocês que estão aqui. Não pode confiscar salário, não pode afastar famílias. Temos muitos cubanos e cubanas que tem famílias lá em Cuba e já constituíram novas famílias aqui. Este projeto [Mais Médicos] destruiu famílias e nós não podemos admitir isso", avaliou.

Bolsonaro falou com a imprensa logo após participar da cerimônia de 73 anos de criação Brigada de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar, zona oeste do Rio.

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