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Bolsonaro aposta em general e esnoba a TV. Dará certo?

O candidato acredita que discurso linha dura e redes sociais o levarão ao Planalto

Bolsonaro: deputado afirmou que muito provavelmente confirmaria seu vice nesta quarta-feira (Antonio Milena/VEJA)

Bolsonaro: deputado afirmou que muito provavelmente confirmaria seu vice nesta quarta-feira (Antonio Milena/VEJA)

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EXAME Hoje

Publicado em 18 de julho de 2018 às 06h49.

Última atualização em 18 de julho de 2018 às 07h26.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) deve anunciar nesta quarta-feira o general Augusto Heleno como seu vice na chapa que concorre à Presidência da República em outubro. Por “deve”, leia-se a necessária ressalva de que Bolsonaro deixou a confirmação “muito provavelmente” para hoje. Tudo porque o acerto não estava 100% alinhado com o próprio Heleno até a noite de terça.

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Em conversa com o jornal Folha de S. Paulo, o general se disse “pronto para a missão”, apesar de não admitir que o combinado estava selado até ontem. Caso seja oficializado no posto, o militar representaria a sentença de morte da aliança entre o PSL e o PR. O partido de Valdemar Costa Neto quer ampliar as bancadas na Câmara e no Senado, mas os planos esbarram nas pretensões da família Bolsonaro. Carlos e Flávio querem disputar o Senado pelo Rio de Janeiro, espaços cobiçados pelo PR.

A renúncia à aliança também crava uma insignificante participação da campanha de Bolsonaro nas propagandas eleitorais no rádio e TV. O PSL tem direito a 8 segundos na programação. Heleno é filiado ao PRP, que não adicionaria nada à janela do candidato. Para cientistas políticos consultados por EXAME, uma junção com um partido médio como o PR levaria a campanha de Bolsonaro a outro patamar de viabilidade.

A estrutura partidária é fundamental para alcançar parcelas consistentes do eleitorado. Há quem acredite que os 20% de preferências por Bolsonaro nas pesquisas são ótimo demonstrativo de que sua candidatura pode se consolidar nas redes sociais e dar ao luxo de dispensar o tempo de TV. Outros estudiosos garantem que a falta de capilaridade é um dos motivos pelos quais sua aceitação travou nas pesquisas.

Outra dúvida é se Bolsonaro consegue chegar ao segundo turno sem aliviar no discurso e fazer concessões na formação de sua chapa. Se confirmar um general como vice, ele reforça ainda mais sua visão estreita de mundo. O candidato acredita que discurso linha dura e redes sociais o levarão ao Planalto. Estudiosos da política brasileira dizem ser improvável chegar lá desta forma. Chegou a hora de saber quem está certo.

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