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Bolsonaro diz preferir Eduardo no Brasil e fala em Foster para embaixada

Presidente falou com a imprensa instantes antes de seguir para a cerimônia de coroação do imperador japonês, Naruhito, em Tóquio

Bolsonaro: presidente afirmou que poderá indicar o diplomata Nestor Foster para assumir a Embaixada do Brasil em Washington (José Dias/PR/Flickr)

Bolsonaro: presidente afirmou que poderá indicar o diplomata Nestor Foster para assumir a Embaixada do Brasil em Washington (José Dias/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 09h00.

Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 09h06.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira preferir que seu filho Eduardo, indicado para assumir a embaixada brasileira em Washington, desista da cargo e permaneça no Brasil em seu posição de deputado federal pelo PSL para "pacificar seu partido".

"Obviamente isso o Eduardo vai ter que decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil, se quer ter seu nome submetido ao Senado para a embaixada ou não", disse Bolsonaro a jornalistas, durante a visita ao Japão.

"No meu entender, (o melhor) é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido dele, ver o que pode catar de caco, por assim dizer. Porque teve gente ali que foi para o excesso", acrescentou, fazendo referência à guerra interna do partido, marcada por trocas de insultos entre parlamentares.

O presidente revelou que indicaria o filho para a embaixada nos Estados Unidos no início de julho, um dia depois de Eduardo completar 35 anos -- a idade mínima para o cargo. No entanto, apesar de o governo norte-americano já ter dado o agrèment --uma espécie de aceite do país anfitrião--, até hoje o Planalto não enviou a mensagem para o Senado porque Eduardo não teria os votos suficientes para ter sua indicação aprovada.

Nos últimos dias, Eduardo se tornou peça central na crise que envolve o PSL, tendo sido indicado para assumir a liderança do partido na Câmara pelo grupo bolsonarista do partido, em uma briga aberta com o ex-líder Delegado Waldir (GO), que é ligado ao presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).

Na segunda-feira, depois de uma guerra de listas de assinatura para nomeação de líder, o grupo bolsonarista conseguiu 29 assinaturas (uma delas não confirmada pela Câmara) e Waldir cedeu, liberando a liderança para Eduardo. O mínimo necessário eram 27.

O filho do presidente, no entanto, está longe de ser um consenso no PSL.

Eduardo, em tese, estaria na liderança até o final do ano. Na volta do recesso parlamentar, em fevereiro, o partido teria que fazer uma eleição. Ao assumir a liderança agora, Eduardo teria que adiar a ida para Washington por mais algum tempo, sendo que o Brasil já está sem embaixador nos Estados Unidos desde abril.

Em conversa com a Reuters, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou na segunda-feira que há hoje uma situação de "absoluto equilíbrio" e não é possível dizer se Eduardo seria aprovado ou não. Outros senadores avaliam a situação como "muito difícil".

Bolsonaro disse ainda, em Tóquio, que no caso de Eduardo desistir da embaixada, poderia indicar para o cargo Nestor Foster, o atual encarregado de negócios em Washington.

"Nós temos lá o Nestor Foster. Ele é um bom nome. Obviamente o Eduardo desistindo que eu mande o nome dele ao Senado, tendo em vista a importância política dele dentro do partido, o Foster é um bom nome para ser consolidado lá", disse o presidente aos jornalistas.

Amigo do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e ligado a Olavo de Carvalho, Foster foi promovido ao topo da carreira em junho deste ano, em preparação para a indicação ao cargo de embaixador, mas foi surpreendido pela decisão do presidente de apontar o filho.

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