Brasil

Bolsonaro apoia compra de fuzil: "É idiota quem defende comprar feijão"

O presidente disse, mais uma vez, que não quer inflação alta, mas que isso não depende de seu governo

Jair Bolsonaro: texto foi entregue na manhã desta quarta-feira por Bolsonaro aos presidentes das duas Casas (Helvio Romero/Estadão Conteúdo)

Jair Bolsonaro: texto foi entregue na manhã desta quarta-feira por Bolsonaro aos presidentes das duas Casas (Helvio Romero/Estadão Conteúdo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de agosto de 2021 às 15h39.

Última atualização em 27 de agosto de 2021 às 15h49.

Com a inflação superior a dois dígitos em algumas capitais brasileiras, puxada principalmente pelo preço de alimentos básicos como arroz e feijão, o presidente Jair Bolsonaro aconselhou seus apoiadores a comprarem fuzil, mesmo que seja caro. "Tem de todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: 'Ah, tem de comprar é feijão'. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar", disse Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada nesta sexta-feira, 27.

O presidente disse, mais uma vez, que não quer inflação alta, mas que isso não depende de seu governo. O controle da alta de preços, no entanto, é a principal missão do Banco Central, que tem instrumentos para desacelerar a inflação.

  • Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos. Assine a EXAME.

"Não teve aumento de nada no meu governo", declarou o chefe do Executivo a apoiadores nesta manhã, embora os números da inflação mostram que alimentos, energia elétrica, combustíveis e outros itens tiveram os preços acelerados nos últimos meses.

Apesar de reconhecer o alto custo de vida nacional, Bolsonaro voltou a dizer que "a economia deu uma balançada, mas estamos consertando".

Reforçando as críticas contra os medidas adotadas pelos governadores no combate à pandemia de covid-19, Bolsonaro disse que "político preocupado com vida do pobre está de sacanagem". O presidente, no entanto, ponderou que lamenta as mortes pela doença. "Mas acontece, a vida é essa, mas destruir o país por causa disso?"

Para driblar a crise hídrica no país, o presidente reforçou pedido feito na quinta-feira, 26, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, para a população reduzir o consumo de energia nas casas. "Vamos apagar luz em casa, ajude a economizar energia", apelou Bolsonaro. Ainda que o governo federal se recuse a falar em racionamento, o chefe do Executivo reconheceu que "não tem mais água nas hidrelétricas".

Acompanhe tudo sobre:Armaseconomia-brasileiraGoverno BolsonaroInflaçãoJair Bolsonaro

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe