Jair Bolsonaro: após crise com "ala bivarista", presidente deixa o PSL e cria novo partido (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de novembro de 2019 às 17h47.
Última atualização em 12 de novembro de 2019 às 17h53.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro anunciou a parlamentares do PSL nesta terça-feira (12) que deixará o partido e espera criar uma nova legenda até março de 2020, disseram deputados no Palácio do Planalto.
Bolsonaro ainda não formalizou a ação, mas seu filho Flávio, senador pelo Rio de Janeiro, já protocolou a saída do PSL junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Por ter concorrido em eleição majoritária, ele não corre o risco de perder o mandato, diferentemente dos deputados.
Segundo o deputado Nereu Crispin (PSL-RS), o novo partido deve se chamar Aliança pelo Brasil e o presidente convidou todos a participarem. Já no próximo dia 21 deve haver uma convenção do novo partido, segundo a deputada Bia Kicis (PSL-DF).
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) afirmou que a ideia dos deputados é permanecer no PSL até que a criação da nova legenda seja formalizada.
Os advogados de Bolsonaro estimam que vão conseguir entregar, até março do ano que vem, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo TSE para criação de nova sigla.
A ideia é viabilizar o partido a tempo de lançar candidatos às eleições municipais de 2020, o que exige aprovação na corte eleitoral até abril.
O TSE ainda não confirmou, "mas vai" permitir, de acordo com Silveira, que a coleta das assinaturas necessárias seja feita por meio de um aplicativo para dispositivos móveis.
A disputa interna do PSL veio à tona em 8 de outubro. Naquele dia, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro criticou o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife (PE).
"O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre os dois grupos antagônicos que se formaram entre os correligionários.