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Bolsonaro anuncia coletiva para "reestabelecer verdade" sobre Moro

Após a notícia da saída de Moro, feita por ele em explosiva coletiva de imprensa, Jair Bolsonaro anuncia que falará ao país na tarde desta sexta-feira

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: após saída de Moro, anunciada em coletiva explosiva, presidente diz que irá se pronunciar (Ueslei Marcelino/Reuters)

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: após saída de Moro, anunciada em coletiva explosiva, presidente diz que irá se pronunciar (Ueslei Marcelino/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 24 de abril de 2020 às 13h38.

Última atualização em 24 de abril de 2020 às 16h30.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou uma coletiva para as 17 horas desta sexta-feira (24) para comentar o pedido de demissão de Sergio Moro.

"Hoje às 17h, em coletiva, restabelecerei a verdade sobre a demissão a pedido do Sr. Valeixo, bem como do Sr. Sérgio Moro", escreveu no Twitter.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, considerado um dos pilares do governo, anunciou sua saída nesta manhã alegando inteferência política na Polícia Federal com a demissão de Maurício Valeixo.

Bolsonaro usou a palavra "a pedido" em seu tuíte, indicando que seu argumento será o de que não foi dele a iniciativa para a demissão de Valeixo.

Na coletiva realizada nesta manhã para anunciar a saída do governo, Moro afirmou que não foi consultado sobre a decisão de demissão de Valeixo publicada no Diário Oficial, que inclui sua assinatura, o que classificou como "ofensivo" e possível crime de falsidade ideológica.

As acusações de Moro

A decisão de Moro, o ministro mais popular do governo, é um forte revés para o presidente Jair Bolsonaro e agrava a tensão política em meio à pandemia do novo coronavírus.

A ida para Brasília do ex-juiz, principal figura da Operação Lava Jato, era considerada um “gol de placa” do presidente, que tinha em sua gestão um símbolo de combate à corrupção.

Em sua fala hoje mais cedo, Moro revelou Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal por diversas vezes. Segundo ele, o presidente pediu acesso a investigações sigilosas e tem “preocupação com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF)”.

A gestão de Moro foi marcada por várias derrotas políticas, embates públicos com o chefe e vazamento de conversas privadas do seu período como juiz. O ministro também foi criticado por não se colocar em momento de tensão institucional ou em relação à denúncias contra os filhos e aliados do presidente.

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