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Bolsonaro ameaça retirar Brasil da OMS a exemplo dos EUA

Nesta sexta, Donald Trump afirmou que se os Estados Unidos tivessem agido como o Brasil no combate ao coronavírus, teriam 2,5 milhões de mortos

Jair Bolsonaro: presidente toma decisão seguindo passos dos Estados Unidos sobre a OMS (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente toma decisão seguindo passos dos Estados Unidos sobre a OMS (Carolina Antunes/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 5 de junho de 2020 às 20h40.

O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) de atuar de forma política e ameaçou retirar o Brasil da entidade, seguindo decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A manifestação de Bolsonaro ocorre uma semana após Trump ter anunciado o rompimento dos EUA com a OMS, após acusar a organização de atuar para favorecer a China.

"Adianto aqui: os Estados Unidos saíram da OMS, a gente estuda no futuro, ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou a gente vai estar fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro", disse Bolsonaro em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.

Veja também: Se agíssemos como o Brasil, EUA teria 2,5 milhões de mortos, diz Trump

Bolsonaro também citou na entrevista o fato de a OMS ter voltado atrás nesta semana na decisão de interromper seus testes com a cloroquina no tratamento de Covid-19, e relacionou a decisão com o corte de financiamento pelos EUA.

Contudo, a OMS voltou atrás sobre os testes com a cloroquina após uma revisão feita pela revista científica The Lancet em artigo que havia apontado riscos no uso do medicamento, depois que os autores do estudo reconheceram possíveis problemas com dados usados no levantamento.

Bolsonaro e Trump são defensores do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19, apesar da falta de eficácia comprovada.

Exemplo

Bolsonaro foi questionado sobre comentário feito mais cedo pelo presidente dos EUA que citou o Brasil como exemplo de país com dificuldades para lidar com a pandemia de coronavírus. Trump defendeu a estratégia adotada por seu governo contra a doença e dizer que agora os EUA devem mudar o foco para se concentrar em proteger grupos de risco e permitir uma maior reabertura da economia.

Na entrevista, o presidente não respondeu diretamente à fala de Trump e, interrompendo o repórter, mandou um "abraço" ao presidente dos Estados Unidos e disse que o Brasil quer cada vez mais aprofundar o relacionamento com aquele país.

"Torço para que seja reeleito", disse Bolsonaro. "Trump, aquele abraço", repetiu, concluindo seu comentário sobre o assunto.

O presidente dos Estados Unidos havia dito que o Brasil está seguindo o mesmo caminho da Suécia, país que não impôs quarentenas e decidiu se basear principalmente em medidas voluntárias de distanciamento social e higiene pessoal, mantendo a maioria das escolas, restaurantes e empresas abertas. Como resultado, a Suécia tem um número muito maior de casos de Covid-19 do que seus vizinhos nórdicos.

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