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Bolsonaro afirma ter "poder de veto" em nomeações

Ao falar sobre caso Ilona Szabó, presidente disse que as posições dela poderiam gerar problemas com a base aliada do Congresso

Jair Bolsanaro: presidente da República reforçou que tem a palavra final nas ações do governo (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsanaro: presidente da República reforçou que tem a palavra final nas ações do governo (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de março de 2019 às 11h55.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 13, que, apesar de ter dado carta branca aos seus ministros para nomeações, tem "poder de veto" em determinados casos. O comentário foi feito em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

Bolsonaro falou em "poder de veto" ao justificar o pedido feito ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, para que não nomeasse a cientista política e especialista em segurança pública Ilona Szabó. Segundo o presidente, ela defende posicionamentos "incompatíveis com o governo". Em fevereiro, Ilona foi "desconvidada" por Moro para assumir o posto de suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Aborto

Bolsonaro disse ainda que o principal problema no caso de Ilona foram suas posições em relação a temas que poderiam gerar problemas para ele com a base aliada. Na época, houve grande repercussão nas redes sociais contrária à nomeação.

Para o presidente, o fato de a cientista política defender a legalização do aborto, por exemplo, poderia criar "ruído" no Legislativo. Bolsonaro afirmou que teve uma conversa "tranquila" com Moro sobre o assunto e ele compreendeu a questão.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo após a "demissão", Ilona disse que Moro lamentou, mas estava sendo pressionado, "porque o presidente Bolsonaro não sustentava a escolha na base dele".

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, também criticou o recuo e disse que o Brasil perdia. "Perde o Brasil todas as vezes que você não pode sentar numa mesa com gente que diverge de você", afirmou o general na ocasião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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