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Bolsonaro admite disputar reeleição se reforma política não sair

Mais cedo, presidente disse que "lá na frente, todos votarão nele", acenando para uma futura tentativa de se eleger novamente

Jair Bolsonaro: "Estamos aí para continuar a nossa candidatura" (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: "Estamos aí para continuar a nossa candidatura" (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de junho de 2019 às 17h39.

Última atualização em 20 de junho de 2019 às 17h40.

São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que, "se o povo quiser" e uma boa reforma política não for feita no País, estaria disposto a tentar a reeleição. "Se tiver uma boa reforma política, posso até jogar fora a ideia da reeleição. Mas se não tiver uma boa reforma política, e o povo quiser, estamos aí para continuar a nossa candidatura", disse à imprensa após evento evangélico em São Paulo.

Questionado, o presidente afirmou não ter lido a entrevista do general Santos Cruz, demitido por ele na semana passada, à Revista Época, mas afirmou que o ex-ministro é "página virada". Instigado sobre o fato de Santos Cruz ter dito que o governo "é um show de besteiras", completou: "Ele ficou 6 meses no governo e nunca disse que tinha bobagem lá dentro".

O presidente voltou a defender o ministro Sergio Moro ao dizer que considera o ex-juiz um "patrimônio nacional". Bolsonaro ponderou que as conversas podem ter sido alteradas, mas ressaltou não achar "nada de mais" que um juiz converse com ambas as partes. Diante da insistência dos repórteres sobre o assunto, Bolsonaro se irritou e afirmou não responder por Moro. "A imprensa aqui é o quê? Lula livre?", questionou em tom alterado.

O presidente afirmou, ainda, que quem cria emprego não é o setor público, mas a iniciativa privada. Para isso, disse, é necessário votar a reforma da Previdência para retomar a confiança. Nesse sentido, ele citou também a reforma tributária e a MP da liberdade econômica.

Terra indígena

Bolsonaro comentou hoje o envio de medida provisória (MP) que reverte decisão do Congresso Nacional e transfere da Funai para o Ministério da Agricultura a demarcação de terras indígenas. Segundo ele, quem define a demarcação de terras é o presidente, e não um ministro. "Quem demarca terra indígena sou eu, não é ministro. Quem manda sou eu nessa questão, entre tantas outras. Eu que sou presidente, que assumo ônus e bônus", afirmou.

Ele acrescentou que respeita o Congresso e que havia combinado com o ministro Onyx Lorenzoni que a questão poderia ficar na Funai se houvesse consenso entre os líderes. "O que acertei com Onyx na questão da Funai foi que, se houvesse acordo entre a cúpula da Câmara, partidos, retornaríamos para lá", afirmou.

O presidente criticou o Ibama e disse que o órgão vai parar de "atrapalhar quem quer produzir".

Decreto de armas

O presidente sinalizou, ainda, que pretende se articular em relação ao decreto das armas, derrubado pelo Senado e que ainda será analisado pela Câmara dos Deputados.

"Assim como deputados e senadores me procuram para vetar artigos aprovados, eu procuro também deputados e senadores para fazer valer também aquilo que eu acho que está certo. Vou agora entrar em contato com os homens do campo", disse, em referência à bancada ruralista.

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