Brasil

Bolsonaristas são condenados à prisão por tentativa de atentado a bomba no aeroporto do DF

George Washington pegou nove anos e quatro meses de prisão e Alan Diego foi sentenciado a cinco anos e quatro meses

O terceiro envolvido no caso, Wellington Macedo de Souza, não foi julgado pelo juiz (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O terceiro envolvido no caso, Wellington Macedo de Souza, não foi julgado pelo juiz (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 11 de maio de 2023 às 22h59.

O gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa e o ex-taxista Alan Diego dos Santos Rodrigues foram condenados nesta quinta-feira, 11, pela tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília em 24 de dezembro do ano passado.

George Washington pegou nove anos e quatro meses de prisão e Alan Diego foi sentenciado a cinco anos e quatro meses, ambos em regime inicial fechado. Eles já estavam presos preventivamente e não vão poder aguardar os recursos em liberdade.

A condenação é por três crimes:

1) expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro (ambos);

2) Causar incêndio em combustível ou inflamável (ambos);

3) Porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo ou incendiário (apenas George Washington).

A decisão é do juiz Osvaldo Tovani, da 8.ª Vara Criminal de Brasília, que destacou que o crime foi premeditado.

"Os acusados se conheceram no acampamento montado em frente ao QG do Exército, onde permaneceram por longo período, e há informação de que as emulsões explosivas vieram do Pará, a pedido do acusado George, na posse de quem foram apreendidas cinco emulsões explosivas", escreveu.

Crimes de bolsonaristas

A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) atribuiu a George Washington a montagem da bomba e a Alan Diego a instalação do explosivo em um caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação. A perícia apontou que o artefato não explodiu por um erro de montagem.

A sentença afirma que, embora o atentado tenha fracassado, o crime foi 'consumado'.

"Em que pese não ter havido detonação da carga explosiva e, por consequência, a explosão, segundo a perícia, por erro de montagem, trata-se de crime consumado, o que afasta a tese de crime impossível", diz outro trecho da decisão. "O conjunto probatório é seguro para a condenação."

O juiz também decidiu mantê-los presos preventivamente. Ele considerou que o caso demonstra 'periculosidade concreta'. "Presente, ainda, a necessidade de preservar a ordem pública", argumentou.

A investigação apontou eles se conheceram no acampamento montado por bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde o atentado teria sido planejado. O motorista do caminhão percebeu a bomba e chamou a Polícia Militar, que detonou o explosivo.

O objetivo do grupo, segundo o MP, era 'causar comoção' social para justificar uma intervenção das Forças Armadas.

O terceiro envolvido no caso, Wellington Macedo de Souza, não foi julgado pelo juiz. Isso porque o processo foi desmembrado.

Acompanhe tudo sobre:BrasíliaJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP