Tanques de armazenagem de gás natural da Petrobras: acordo firmado há quase duas décadas entre a YPFB e a Petrobras estabelece a venda ao Brasil de 24 a 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 13h21.
La Paz - A Bolívia acrescentará 2,24 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia ao fornecimento ao Brasil para abastecer uma central termoelétrica em Cuiabá, no momento em que o País passa por uma estiagem que eleva a demanda por geração de energia.
O contrato assinado na terça-feira pelas estatais Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e Petrobras tem validade inicial por 20 dias, segundo a petroleira boliviana.
"Nesse período se analisam as condições específicas para a assinatura de um contrato interruptível de maior prazo", disse o gerente de comercialização da YPFB, Mauricio Marañón, de acordo com a agência de notícias da petroleira.
A Bolívia é um dos principais fornecedores de gás natural ao Brasil. Um acordo firmado há quase duas décadas entre a YPFB e a Petrobras estabelece a venda ao Brasil de 24 a 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
O Brasil atravessa sua pior seca em décadas e algumas regiões do Sul e Sudeste podem se ver obrigadas a racionar o consumo de energia. Isso tem aumentado a pressão por uma maior produção termoelétrica.
O gás boliviano deverá usado na termoelétrica Governador Mário Covas, uma planta com capacidade 480 Megawatts operada pela Petrobras em Cuiabá, no Mato Grosso.
O consumo brasileiro de gás natural cresceu 17,8 por cento em 2013, para 67,2 milhões de metros cúbicos, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). As importações de gás natural saltaram de 36 milhões de metros cúbicos diários em 2012 para cerca de 47 milhões de metros cúbicos por dia em 2013, mostram dados oficiais.
Os volumes recordes de importação de gás pela Petrobras deverão se repetir em 2014, diante da seca prolongada que afeta reservatórios das hidrelétricas e determina o despacho de térmicas a gás, numa situação já vivenciada no ano passado.