O presidente boliviano, Evo Morales: o polêmico senador de direita alega que se sente perseguido porque fez denúncias de corrupção contra o atual governador de Pando (©AFP / Aizar Raldes)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2012 às 18h27.
La Paz - O procurador-geral da Bolívia, Mario Uribe, advertiu nesta quarta-feira que empreenderá ações legais contra a autoridade que conceder salvo-conduto ao senador de oposição Roger Pinto, que obteve asilo político no Brasil e permanece esperando o visto na embaixada deste país em La Paz.
Caso seja concedido o salvo-conduto a Pinto, que se declarou perseguido político, o Ministério Público tomará as ações legais que correspondem. Essa posição coincide com as declarações da ministra das Comunicações, Amanda Dávila, que afirmou que o Estado não pode dar dar o documento a Pinto porque "não se trata de um perseguido político e sim enfrenta julgamentos por delitos comuns".
Pinto, de 52 anos, tem cerca de 20 processos judiciais abertos, alguns por malversaçao quando era governador de Pando e outros por desacato.
Congressista do partido de direita Convergencia Nacional pelo departamento de Pando (norte), entrou na delegação diplomática brasileira em 29 de maio, denunciando perseguição política. Brasília concedeu asilo quase uma semana depois.
"Como o Brasil não retrocederá e a Bolívia se acolherá à normativa internacional (...), a única possibilidad que resta é que o senhor Roger Pinto saia da embaixada (do Brasil) por vontade própria e assuma sua defesa nos tribunais", propôs Dávila.
O polêmico senador de direita alega que se sente perseguido porque fez denúncias de corrupção contra o atual governador de Pando e entregou informes reservados ao presidente Evo Morales sobre supostas ligações de autoridades com o narcotráfico.