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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou hoje que as operações mapeadas pelo banco junto a empresas para o período de 2010 a 2013 já vislumbram uma taxa de expansão dos investimentos na economia no País da ordem de pelo menos 10% ao ano. A avaliação considera apenas intenções de investimento nas áreas de indústria e infraestrutura.
De acordo com Coutinho, a economia brasileira deve crescer acima de 5,5% nos próximos anos e, para que essa expansão ocorra de forma sustentável e sem pressões inflacionárias, é importante que haja um forte aumento nos investimentos. Ele acredita que a economia brasileira deve fechar este ano com uma taxa de investimento de 19% do Produto Interno Bruto (PIB). Até 2014, a taxa superaria os 22%.
Em palestra feita em Brasília, em evento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Coutinho destacou que os investimentos no País serão dinamizados por cinco grandes grupos: petróleo e gás, energia elétrica, logística, construção habitacional e agronegócios.
O executivo destacou ainda o papel da Petrobras, que tem sido a grande investidora da economia brasileira e possui o maior programa de investimentos entre as empresas desse setor no mundo. Para ele, os investimentos da estatal representam uma "grande oportunidade de desenvolvimento de cadeias de produtivas para suprir a empresa nessa grande empreitada".
Dentro do esforço de elevar os investimentos na economia, Coutinho salientou que é preciso aumentar a taxa de poupança. Ele ressaltou que o crédito também tem papel fundamental. Segundo o presidente do BNDES, a relação entre o crédito e o PIB ficará perto de 49% neste ano e deve chegar à casa dos 70% em 2014.
O presidente do BNDES disse que, no primeiro semestre deste ano, 24,5% dos desembolsos do banco foram destinados às micro e pequenas empresas. De acordo com Coutinho, os desembolsos deste ano para esse grupo já superam os realizados no ano passado e também os de 2008. Ele informou ainda que 55% do Programa de Sustentação de Investimento (PSI) foram para as empresas de pequeno porte.
Banco do Brasil
Durante o evento, o presidente do BNDES defendeu uma parceria mais firme entre a instituição e o Banco do Brasil para financiar e estimular as exportações das pequenas empresas, especialmente para a América do Sul. Segundo ele, uma parceira maior com o BB seria interessante, porque o banco comercial tem uma rede bem mais ampla que o BNDES e conta com o Proex, linha de crédito voltada especificamente para o setor exportador.
Coutinho afirmou que também tem grande expectativa em relação ao efeito positivo do fundo garantidor do BNDES. Ele destacou que, embora o fundo tenha por objetivo honrar operações de crédito inadimplentes, os bancos não poderão "descarregar" carteiras de créditos ruins no fundo. Segundo ele, o limite de inadimplência é de 7% para que os bancos possam acessar o instrumento.
O presidente do BNDES também disse que as instituições terão que reduzir o spread (diferença entre a taxa de captação e os juros efetivamente cobrados do cliente) para acessar o fundo. "Tenho grande esperança na implementação acelerada do fundo garantidor a partir de outubro", afirmou.
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