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BNDES planeja maior financiamento à cultura e ao esporte

Neste ano, os Correios destinaram 23 milhões de reais em apoio


	O programa do BNDES de apoio aos esportes é recente, teve início em 2011
 (Melinda Nagy/Dreamstime.com)

O programa do BNDES de apoio aos esportes é recente, teve início em 2011 (Melinda Nagy/Dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2013 às 16h45.

Rio de Janeiro – Um dos maiores financiadores de cultura e esportes no país, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planeja aumentar os recursos destinados às duas áreas, no período de 2013 a 2015.

O banco atua com uma estrutura diferente das demais estatais. Além de investir em fomento, com base nas leis de incentivo à cultura e ao esporte, o BNDES concede empréstimos e participa de empreendimentos do setor, com instrumentos que aplica a outras áreas da economia.

Dois departamentos do banco são responsáveis pelos investimentos na área de cultura: o de Comunicação, mais antigo, e o Cultura, Entretenimento e Turismo, criado em 2006 como departamento de Economia da Cultura e gestor do Procult, programa de fomento para a área.

O Departamento de Comunicação centraliza os patrocínios, enquanto o Cultural disponibiliza recursos em três modalidades, por ordem de volume de recursos: linhas de crédito de longo prazo, linhas de investimento, com a participação societária, através de fundos de investimento e de venture capture (investimento em capital de risco, geralmente de empresas emergentes), e operações de patrocínio com recursos próprios, os investimentos não reembolsáveis, com parte dos lucros do ano anterior.

O foco desses recursos está na estruturação da cadeia do audiovisual, com apoio para a construção de salas, a compra de equipamentos, para a indústria editorial e a manutenção e recuperação de acervo e de patrimônio cultural, além da indústria fonográfica, rádio, TV, artes e espetáculos.

Esses segmentos são mais “estruturados e conseguem mais facilmente acessar os instrumentos financeiros”, segundo Luciane Gorgulho, à frente da área de economia da cultura do banco desde 2006. Ela destaca que as linhas estão abertas para outras atividades na área cultural.

Áreas como design e software recebem apoio separado, por outras linhas destinadas principalmente à indústria. Para o setor de design, o apoio é ao desenvolvimento. A área pode acessar recursos do banco também por meio de suas operações abertas, como as de microcrédito e o cartão BNDES.


O Procult, principal programa da área, contou com R$ 1 bilhão no último triênio, valor que irá aumentar. “Ele está se encerrando agora, e os programas serão reajustados em função desse planejamento [do banco, em andamento]”, diz Luciane.

Segundo ela, existe uma proposta de renovação do Procult, com reforço orçamentário e alguns aperfeiçoamentos operacionais. Uma dessas alterações é deixar mais claro que o BNDES quer apoiar qualquer setor da economia da cultura.

De acordo com o BNDES, foram investidos, desde 2004, cerca de R$ 70 milhões em mais de 600 projetos culturais. Fora o patrocínio, o banco destinou cerca de R$ 1 bilhão às áreas de patrimônio cultural, audiovisual, indústria fonográfica, editoras e livrarias, rádio e TV, artes e espetáculos, usando principalmente linhas de crédito específicas para o setor.

O programa do BNDES de apoio aos esportes é recente, teve início em 2011, com a destinação de R$ 3 milhões à canoagem. Linhas de financiamento do banco destinarão mais de R$ 1 bilhão à infraestrutura esportiva da Copa do Mundo 2014. A entidade planeja apoiar o hipismo em 2016.

Segundo Luciane Gorgulho, o acompanhamento dos resultados se dá de acordo com a modalidade de aporte adotada. “Mas na parte que a gente faz por exemplo o financiamento à ampliação do parque exibidor, que é uma parte da atividade econômica do setor, ele em grandes linhas é avaliado como a implantação de qualquer outro empreendimento, desde uma fábrica a uma hidrelétrica”, destaca.

Já os investimentos dos Correios centrados na área esportiva têm crescido anualmente. Neste ano, foram cerca de R$ R$ 23 milhões destinados à Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), à Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Para 2016, quando se realiza a Olimpíada, também terão apoio o handebol e a modalidade águas abertas (atual nome da maratona aquática).

Segundo os Correios, como contrapartida, serão desenvolvidos projetos para inclusão e desenvolvimento social de comunidades de baixa renda.

E os investimentos da empresa em cultura somaram R$ 8,68 milhões em 2010 (dados mais recentes disponíveis), em cinco estruturas próprias nas cidades de Fortaleza, Juiz de Fora (MG), Recife, Rio de Janeiro e Salvador, além de edital de patrocínio.

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